“Os pombos vêm em diferentes cores e feitios, mas rosa não é uma delas”. Cada vez mais se inova nas festas de revelação do sexo dos bebés. Os típicos balões, recheados das cores rosa e azul, deixaram de ser suficientes e os casais começaram a tentar ideias mais criativas. Em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), um decidiu pintar um pombo para o efeito.
Houve quem ficasse feliz por ser uma menina. Já Flamingo, não achou piada nenhuma. O pobre pombo chamou à atenção de um transeunte do parque Madison Square pela sua cor distintiva, que o resgatou num estado severo de subnutrição. Contactou de imediato a organização sem fins lucrativos Wild Bird Fund (WBF), que lhe deu os cuidados necessários.
Além de ter começado com os tratamentos para lhe tirar a descoloração, o pombo cor de rosa foi alimentado. Algo que não fazia há dias e que jamais conseguiria fazer sozinho: “Já é mau o suficiente este pobre pássaro ser uma ave doméstica, ou seja, é incapaz de encontrar comida na natureza, voar bem e escapar aos predadores. Mas ter uma cor tão invulgar torna-o ainda mais num alvo”, escreveu numa publicação.
A WBF deu conta que o pombo “libertado depois de ser completamente pintado de rosa” já se encontra estabilizado. “A nossa equipa experimentou diversos métodos para remover a tinta, que acreditamos ser para o cabelo, tendo já tido algum sucesso”.
O maior constrangimento deve-se ao odor da tinta, que “é extremamente forte” e pode vir a causar problemas no sistema respiratório de Flamingo, como o apelidou a organização. “Os pássaros são muito sensíveis a alguns cheiros, e este pombo está praticamente a viver dentro de uma nuvem de fumo”, continua.
Além disso, a WBF tem receio de que os químicos da tinta possam ser absorvidos pelo organismo do pombo, mas já está a dar-lhe “calor, oxigénio” e medicação para evitar os efeitos que essas substância tóxicas podem trazer ao sistema digestivo.
“O banho é algo muito stressante para uma ave. Especialmente uma que já está tão fraca. Por isso, temos de encontrar o equilíbrio deste tratamento com uma vida mais estável para ele”, explica a organização.
Espera a Flamingo um longo período de recuperação e uma readaptação à sua vida doméstica. A WBF pede ainda que outros humanos não tentem reproduzir a proeza: “Nunca tinja uma ave, nem liberte aves domésticas. Elas não têm instintos de sobrevivência e morrerão à fome”, remata.