As quase duas décadas que Princesa passou ao lado da família foram resumidas de forma drástica em duas memórias contraditórias: os seus pertencentes e um bilhete. O primeiro veio na forma de sacos plásticos com brinquedos, roupas, tigelas e comedouros que indicavam que a patuda ainda podia ter uma segunda oportunidade. Mas o segundo tinha uma mensagem direta a pedir que fosse abatida.
Os seus 16 anos “enfiados em sacos de compras” e a patuda numa transportadora foram suficientes para partir o coração de Georgia Dodson, diretora do Miri’s Haven Senior Dog Rescue, uma casa de repouso para cães seniores que a acolheu. “Não deixamos os cães seniores e frágeis morrerem desta forma”, frisou. “E nem o abrigo onde ela foi abandonada”.
Georgia foi contactada por uma associação em Washington, nos Estados Unidos, após a cadela ter sido deixada à porta a 22 de setembro. Apesar das dificuldades em cuidar de todos os outros cães a seu cargo, a presidente não recusou o pedido de ajuda. “O abrigo não é lugar para um cão idoso e no mesmo dia, ela veio até nós”, explicou.
Desorientada, a velhota foi submetida a alguns exames e apesar de ter problemas nos rins, “não sente dor”. “Faremos tudo o que pudermos para corrigir a forma de como foi tratada e dar-lhe a oportunidade de um capítulo final mais feliz”, referiu na altura. E foi exatamente isso que fez. Nesta terça-feira, 27 de setembro, chegaram as boas notícias: Princesa encontrou um lar.
A cadela vai viver numa família especializada em cuidados para cães seniores ao lado de outros que também precisam de ajuda. E a cada dia que passa, tem mostrado uma nova característica da personalidade. “Nunca saberemos o que passou com a sua antiga família mas ela está feliz e adaptou-se ao novo lar”.
Para aproveitar os temperaturas mais frias com conforto, a cadela até ganhou uma coleção de camisolas. “Tem estado um pouco frio deste lado, mas esta bebé está a arrasar com as camisolas”, disse Georgia. “Não apoiamos cães com frios nesta casa”, brincou.
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