Animais

Processo de animais carbonizados em Santo Tirso é arquivado pelo Ministério Público

PAN diz-se chocado com o arquivamento e promete não desistir de lutar para que a lei mude e "a negligência passe a ser punida".
Resgatada na Agrela por Marisa Lopes. Foto: Diana Vianez

O grande incêndio de Sobrado, concelho de Valongo, que rapidamente se alastrou aos concelhos de Santo Tirso e Paços de Ferreira, deixou mais de 70 cães e gatos mortos em 2020. Os animais eram residentes em dois abrigos ilegais, consumidos pela chamas. Agora, dois anos depois, o número de vítimas subiu para mais de 100 e nesta quinta-feira, 29 de dezembro, o processo terá sido arquivado pelo Ministério Público.

A notícia foi avançada pela porta-voz do partido Pessoas–Animais–Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, nas redes sociais. A deputada disse que o partido foi notificado quinta-feira à tarde sobre o arquivamento do inquérito no âmbito da queixa-crime que apresentaram na sequência dos fogos.

“Para além da omissão de auxílio, aqueles animais foram também, durante anos, vítimas de condições de alojamento que lesavam o seu bem-estar, tudo isso foi levado ao processo e desconsiderado no processo”, escreveu a deputada. “Mas não ficaremos por aqui. Tudo faremos para que ocorra a reabertura do processo. Tudo faremos para que a lei mude e que entidades coletivas e a negligência passem a ser punidas”.

O processo-crime reunia várias queixas sobre o incêndio e tinha como alvo Alberto Costa, o presidente da Câmara de Santo Tirso, elementos da GNR local, Proteção Civil de Santo Tirso, Jorge Salústio, o ex-veterinário municipal e as proprietárias do Cantinho das Quatro Patas e Abrigo de Paredes, os dois abrigos ilegais. Em julho deste ano, o PAN organizou uma vigília em frente ao Tribunal Judicial da cidade.

Além das vítimas mortais, os animais que sobreviveram e tiveram a sorte de serem adotados, ainda hoje vivem com sequelas que parecem irreversíveis. É o caso de Simão, o cão adotado por Helena Figueiredo e que teve de “reaprender a ser cão”.

Percorra a galeria para ver algumas fotos dos animais resgatados da Agrela e dos protestos a exigirem justiça por eles.

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