A presença de animais em lares de idosos tem sido uma tendência crescente, já que a sua presença entretém e acarinha os residentes. Para além dos cães e dos gatos, também os porcos estão a encontrar o seu lugar nesta iniciativa, e Odin destaca-se por ser excelente com os idosos.
Todos os dias, Brett Martin, responsável pela supervisão da gestão do centro de cuidados para idosos Good Samaritan Society, em Olathe, no estado do Kansas, nos EUA, leva Odin, o seu porco de estimação, para o lar, afirmando ao jornal The Washington Post que “ele alivia instantaneamente o stress de todos os que interagem com ele”.
O porco, da raça Juliana, com 23 quilos, passa a maior parte do dia no escritório do seu tutor, por onde passam regularmente os residentes e funcionários do lar, para darem festas a Odin e para o alimentarem com maçãs que Brett Martin deixa num balde com esse propósito. “Algumas enfermeiras vêm buscá-lo ao gabinete e levam-no ao nosso centro de cuidados de memória, onde ilumina o dia dos pacientes”, afirma o tutor. Para além de comer e dormir no escritório de Brett Martin, o porco adora passear pelo lar e receber atenção e comida dos residentes.
Mindy Howell, de 62 anos, é residente do lar e conta que Odin foi o primeiro porco que conheceu. “Nunca tinha dado comida a um porco, nem festas. Mas ele adorou, e deu-me um bom grunhido”, afirmou. “Dei-lhe cereais e ele pareceu gostar muito”, acrescentou. Jean Hilden, de 75 anos, afirma igualmente que nunca tinha conhecido um porco. “Sou uma rapariga da cidade de Kansas City (no Missouri). Quando vi o Odin pela primeira vez, pensei: ‘Ah, há cães com o rabo torcido’. Quando vi que era um porco não queria acreditar. Cumprimentou-me com um grunhido e chegou perto de mim para ser acariciado. Mais fofo não poderia ser”, conta.
Brett Martin sugeriu a ideia de levar o porco para o lar ao administrador, Fred Pitzl, que no início se mostrou receoso. Depois de perceber que Odin tinha as vacinas em dia, que estava treinado para utilizar a caixa de areia, e que andaria de trela, o administrador deu a sua aprovação. “Admito que estava um pouco nervoso no início quando imaginei um porco à solta pelos corredores, mas o Brett convenceu-me. Muitos dos nossos residentes cresceram em quintas e percebi que ter um porco no meio deles seria muito divertido”, explica.
O tutor de Odin adianta ainda ao The Washington Post que um dos pacientes do lar é um agricultor reformado que sofre de Alzheimer, e que “fica muito entusiasmado cada vez que Odin chega”. “Não é fácil quando alguém tem de sair de casa e ir viver para um centro de cuidados continuados, por isso, qualquer coisa que Odin possa fazer para lhes dar um pequeno impulso é uma coisa boa”, afirma.
Odin não conquistou apenas as pessoas. O tutor conta que o porco também se tornou amigo dos gatos dos pacientes do lar e do cão que habitualmente frequenta o lar.
Por ser um animal inteligente, Odin aprendeu a ler os sinais que indicam a hora de ir embora, gritando e tentando esconder-se para que o tutor não o leve para casa. Por isso, Brett Martin tem de enganar o porco para conseguir que saia do edifício.
Odin não é o primeiro
Há mais de 10 anos, os filhos de Brett Martin ofereceram-lhe o seu primeiro porco, Sarge, que também fez a sua parte para deixar um mundo melhor. “Na altura, trabalhava com crianças com necessidades especiais e vi o impacto positivo que o porco teve nelas”, explica o tutor de Odin.
O ano passado, depois de Sarge morrer, devido à idade, Brett Martin decidiu comprar outro porco. Para isso, procurou um criador registado, e encontrou o novo melhor amigo. Conta que quando o levou para casa “ele tinha 6 semanas”, e que decidiu chamar-lhe Odin por achar que o nome combinava bem com os cães de quem já cuidava, “Zeus e Thor”.
A raça Juliana é uma das mais pequenas, e os porcos com a sua genética pesam entre os 18 e os 36 quilos. A maioria dos porcos pequenos resultam do cruzamento de raças ao longo de várias gerações, e apesar de serem “mini”, não deixam de ser animais grandes. Para Brett Martin, o tamanho do suíno não é problemático. “Ele adora brincar na lama em casa e usa a porta do cão para entrar e sair. É muito carinhoso e gentil e adora aconchegar-se no sofá e receber carícias”, conta.
Percorra a galeria para conhecer mais sobre a raça Juliana, a que pertence Odin.