Animais

Rafeiros SOS em situação difícil após temporal. Animais foram resgatados

“Já estávamos a ficar sem chão. Hoje ficámos sem teto”, diz a associação da Amadora.
Destruição no abrigo.

A Rafeiros SOS, associação de proteção animal da Amadora, no distrito de Lisboa, passou por horas muito difíceis nos últimos dias devido ao temporal que assolou grande parte do país.

Na noite caótica de quarta-feira, com inundações em Lisboa, Loures, Sintra, Oeiras e Almada, entre muitas outras zonas do país, a Proteção Civil, Bombeiros, PSP e GNR receberam dezenas de pedidos de ajuda da população para salvarem pessoas e animais. Um desses pedidos veio precisamente da Rafeiros SOS, que foi prontamente ajudada. Mas os danos materiais foram pesados no abrigo.

“Na sequência das condições meteorológicas adversas da passada noite/madrugada, ocorreu um deslizamento de terras nas imediações do nosso abrigo. Por indicação da Proteção Civil, tivemos que evacuar todos os animais que lá se encontravam – numa operação que envolveu a ativação do protocolo de evacuação de emergência da associação; e uma rápida resposta por parte do nosso corpo de voluntários que prontamente se mobilizou e se dirigiu em segurança ao local”, conta a Rafeiros SOS numa publicação feita esta quinta-feira na sua página do Facebook.

Segundo a associação, “todos os animais (e pessoas) estão bem” e “de momento só temos perdas materiais nas imediações a lamentar”. “Aguardamos indicações da Proteção Civil, a quem agradecemos muito, juntamente com os Bombeiros e Polícia Municipal da Amadora – pelo exemplar profissionalismo”, sublinha.

Rafeiros SOS perante dias ainda mais difíceis

A situação está complicada. “Estamos sem casa. Não sabemos se vamos voltar… neste momento resta aguardar.  E tentar não desesperar… agradecemos aos nossos queridos voluntários terem socorrido rapidamente e terem acolhido os meninos”.

“Quando pensamos que o ano de 2022 não poderia piorar: os miúdos que perdemos; o aumento de abandonos e famílias a pedirem ajuda e apoio; as faturas todas que ainda não pagámos… Já estávamos a ficar sem chão. Hoje ficámos sem teto”, remata o post da Rafeiros SOS.

Nos comentários à publicação, há já quem esteja a oferecer ajuda, nomeadamente casotas, e a perguntar de que precisa a associação com mais urgência. Se puder ajudar, pode fazê-lo através de uma contribuição para o NIB da associação (0035 0148 0000 3418 7304 8) ou perguntando na publicação – ou por email (rafeirosos@nullgmail.com) – quais as maiores necessidades de momento. Também pode fazer compras na loja solidária da Rafeiros SOS.

Numa publicação posterior, a Rafeiros SOS agradece o apoio que está a ter e diz que, apesar de já terem sido autorizados a regressar às instalações, o terreno ainda está muito molhado e não contido, pelo que os gatos continuarão resguardados com quem os acolheu.

Gatos recolhidos.

“Ficámos sem teto porque fomos obrigados a sair com todos os animais. Imaginem-se de lanternas na mão. De noite. A chover. Sirenes e rotativas luminosas. Vários voluntários a entrarem de transportadoras nas mãos (nervosos, porque era impossível não estarem!) para retirar o mais rapidamente possível todos os gatos. Todos!!”, refere o post, onde se pode ver dois dos gatos recolhidos.

A associação prossegue: “Os nossos gatos são únicos. Especiais. Alguns seniores; doentes crónicos; vários são tímidos e assustadiços. E nós – os tios e as tias – os que os tentavam mimar e cuidar todos os dias. Ganhar a confiança deles. De lanterna e transportadora na mão: em pânico para os tirar de lá porque na realidade… ninguém sabia se o terreno ia mesmo abater ou não”.

E a associação receia regressões de comportamento. “Estes miúdos estão aterrorizados. Fizemos o que tinha que ser feito e estamos desfeitos por dentro porque sabemos que os assustámos. Que vão regredir. Que o trabalho que fizemos com eles até hoje está destruído. E não queremos pensar no óbvio: que vamos ter animais com sinais de doença por stress. Ainda não vamos pensar nisso… mas começámos já a encomendar rações específicas porque já temos miúdos com diarreia”, explicam.

“A Proteção Civil já autorizou o regresso às instalações. O terreno continua muito molhado e não contido. Face aos alertas que ainda estão em vigor, os nossos miúdos vai ficar exatamente onde estão e não vão regressar ainda ao abrigo”, remata.

Percorra a galeria para ver algumas imagens desta noite e conhecer alguns animais para adoção, bem como produtos para venda.

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