Não é segredo que a realidade dos animais errantes é dura em Portugal. O último Censo Nacional dos Animais Errantes divulgado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revelou que são mais de 930 mil a viver nas ruas portuguesas e a grande maioria (mais de 830 mil) são gatos. Simão faz parte deste conjunto, mas ainda tem esperanças que o seu destino venha a ser outro.
O gato tem cerca de dez amos e apareceu ainda bebé nas ruas do bairro de Olaias, em Lisboa. Não tinha progenitora nem irmãos por perto e desde esta altura, aprendeu a sobreviver sozinho. Mesmo não tendo tido contacto com os humanos, nunca escondeu a natureza dócil graças ao seu “jeito especial de miar e ir atrás das pessoas.”
Aos poucos, Simão foi conquistando várias vizinhas amantes de animais que estavam habituadas a alimentar gatos vadios. O pequenote tornou-se mais um dos ajudados pelo grupo e recebia de cada uma delas carinho, água, ração e comida húmida.
Juntas, segundo conta à PiT uma das responsáveis, associaram-se para pagar a sua esterilização. O felino depois voltou para a zona onde cresceu e viveu, mas um tempo depois teve de ser retirado novamente de lá após apresentar um problema grave na boca que o impediu de comer — tinhas as gengivas tão inchadas que nem a comida húmida conseguia ingerir.
Mais uma vez, as vizinhas juntaram-se e levaram-no ao veterinário. Simão recebeu algumas injeções até que o médico veterinário percebeu que a solução seria tirar grande parte dos seus dentes. Depois da cirurgia, acabou sendo acolhido por uma das protetoras para conseguir recuperar. No entanto, devido à idade que tem e depois de ter conhecido o quentinho de um lar, não quer voltar à rua.
O gato está agora a viver numa casa de banho, separado dos outros animais da cuidadora, que não tem condições para acolher de mais um. Embora seja FeLV negativo, Simão testou positivo para FIV, a SIDA dos gatos. Contudo, isso nada o impede de ser feliz.
Como a PiT já lhe contou, os gatos FIV+ acabam por sofrer de uma deficiência imunológica, que permite que bactérias, parasitas e fungos possam causar-lhes doenças graves. E atendendo a que é uma doença que não tem cura, o tratamento passa pelo suporte, mantendo-o o mais saudável possível, com ração de qualidade, cuidados de higiene e acompanhamento veterinário.
De resto, Simão é saudável e só precisa de uma última oportunidade para viver feliz os seus anos dourados. Caso tenha interesse em adotá-lo ou acolhê-lo temporariamente, pode entrar em contacto com a sua atual responsável através do e-mail: angelappinto@nullgmail.com.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre Simão.