Animais

Teckel que sobreviveu numa ilha por mais de um ano foi finalmente capturada

Valerie viveu 529 dias sozinha no sul da Austrália. Foi capturada pela organização Kangala Rescue, e será devolvida à família.
A pequena fugitiva está salva.

Quase que a pequena Valerie se tornou na rainha da selva, mas os seus tutores tinham outros planos. Depois de 17 meses a viver sozinha na ilha de Kangaroo, no sul da Austrália, a Teckle foi finalmente capturada pela organização Kangala Rescue, no sábado, 26 de abril. Por agora, está a readaptar-se à vida com humanos, para que possa voltar para junto da família.

A patuda foi levada de férias por Josh e Georgia, naturais de Nova Gales do Sul, para um acampamento em Stokes Bay, na ilha australiana, em novembro de 2023. Fugiu, e esteve desparecida durante cerca de um ano, até ser avistada a 27 de março pela associação, que se dedica à vida selvagem, e que se voluntariou para ajudar nas buscas. 

O processo de captura da fugitiva foi partilhado pelo centro através das redes sociais, que desde o primeiro avistamento continuou a monitorizar os movimentos da cadela. Foram colocadas armadilhas na zona onde a patuda foi vista, com comida, brinquedos, roupa dos tutores, e zonas onde podia abrigar-se. “Uma das razões para este ser um resgate tão difícil e não tão simples como deixar isco e erguer armadilhas deve-se ao facto de que estamos constantemente a competir com centenas de animais selvagens”, adiantou a associação numa publicação,

O processo demorou várias semanas, para garantir “a segurança de Valerie e da sua saúde mental”, assegurando “uma transição para casa com o mínimo de stress possível”, adiantou a Kangala Rescue.

 
 
 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação partilhada por KANGALA – Animal/Wildlife Rescue 💚 (@kangala_rescue)

A cadela passou a frequentar o local assiduamente, e a organização afirmou testemunhar “uma mudança fantástica no temperamento de Valerie” graças ao contacto com os cheiros, sabores, e sons familiares. O objetivo era que fosse a própria a acionar o mecanismo de fecho da armadilha, sem correr que se corresse o risco de se assustar com a presença de humanos, causando uma fuga, como até então tinha vindo a acontecer. 

Foi instalado um sistema de fecho remoto, graças ao qual a pequena pôde finalmente ser capturada, depois de “mais de 1000 horas e mais de 5000 quilómetros viajados pelos voluntários nos seus veículos privados, da instalação e monitorização de inúmeras câmaras e armadilhas, e da utilização de diversos equipamentos tecnológicos para capturar Valerie com sucesso, assegurando o seu bem estar físico e psicológico”. 

A Teckel, que pesava 3,6 quilos quando desapareceu, está “bem e em forma”, garante ainda a associação, e em transição “para regressar para os seus amorosos pais, Josh e Georgia”. 

O caso atraiu a atenção de vários órgãos de comunicação, e a associação expressou o seu desconforto com as ações dos mesmos desde que a captura da cadela foi anunciada, apelando ao respeito pela sua privacidade.

“Tivemos equipas de TV em direto a apenas alguns metros da nossa casa”, afirmam, acrescentando que se sentiram “devastados” ao ver as imagens tiradas a Valerie dentro da casa. “Esta pequena rapariga que sobreviveu 529 dias sozinha na natureza foi fotografada de uma forma normalmente reservada para alegados criminosos”, adiantaram. 

Sobreviveu 529 dias sozinha

“Ninguém imaginava que uma pequena Dachshund como Valerie sobrevivesse sozinha na natureza, mas mais de 12 meses após o seu desaparecimento, começaram a surgir relatos regulares de que uma Dachshund com uma coleira cor-de-rosa teria sido vista a cerca de 15 quilómetros de onde desapareceu”, escreveu a organização no Facebook, na altura do desaparecimento.

Com base em fotografias e vídeos que receberam, os voluntários tinham uma única certeza: a cadela estava viva. “Ela corre ao primeiro sinal de humanos ou veículos e, apesar dos esforços dos dedicados habitantes da ilha, tem sido impossível capturar Valerie”.

A organização, em conjunto com os tutores e habitantes da ilha, começou a construir um plano para tentar apanhá-la. Antes do primeiro avistamento, a tutora tinha a certeza de que Valerie tinha sido encontrada e adotada por outra família — até porque ainda manteve a coleira rosa que usava quando fugiu. “Pensámos que, em vez de ela estar a sobreviver na natureza, talvez alguém a tivesse adotado ou que estivesse a encontrar-se com outros cães e a tirar-lhes a comida porque era uma pequena princesa”, disse ao “The Guardian”.

Alguns especialistas que têm acompanhado o caso sugeriram que a Teckel pode ter recebido ajuda de pessoas da ilha, mas Paul McGreevy, da escola de veterinária da Universidade de Sydney, disse que os cães são “extremamente engenhosos”. “São os maiores oportunistas do reino animal, essa é uma das suas principais capacidades”, frisou.

O especialista acrescentou que é possível que a cadela esteja a comer “pássaros, sapos e ratos” para conseguir sobreviver, porém, é mais provável que esteja a alimentar-se de carcaça e fezes.

Carregue na galeria para saber mais sobre a história de Valerie.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT