Andre Iturre, de 30 anos, está a viver um pesadelo. No início de dezembro de 2022, a jovem apanhou um voo da Irlanda, onde vive, até a cidade de Tarija, na Bolívia, com um único objetivo: buscar o seu gato Tito, que esteve a viver com o seu irmão nos últimos meses. “Estava a estudar na Irlanda e voltei só para buscá-lo”, começa por contar à PiT.

Na noite de 8 de dezembro, já com Tito na transportadora, apanhou um voo no aeroporto de Tarija em direção ao Aeroporto Internacional Viru Viru, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, onde iria seguir viagem. No entanto, os problemas começaram cedo. Andre insistiu em levar Tito na cabine mas foi impedida pelos funcionários da Boliviana de Aviación (BoA) que alegaram que a transportadora do gato “não era permitida”. 

“O voo estava atrasado por mais de duas horas, nas quais eu implorei ser permitido estar com Tito na cabine porque demoraria muito esperar e ele estava sedado. Pedi que o meu voo fosse alterado para que eu não precisasse esperar mais, mas disseram-me que em 20 minutos iríamos sair e para eu ter paciência”, partilha.

Após o atraso, partiram em direção ao destino. Mas quando lá chegaram, por volta da duas da manhã, a surpresa: a transportadora de Tito estava vazia. Sem nenhum funcionário por perto, Andre andou à procura de alguém que a ajudasse. Vários minutos depois, foi abordada por um agente da BoA que a informou que Tito havia desaparecido ainda em Tarija.

“O processo e a ajuda da companhia aérea foram muito maus porque, antes de tudo, não me avisaram o momento em que Tito desapareceu”, sublinha à PiT. No dia seguinte, sem notícias do gato, Andre recorreu às redes sociais. A partir do apelo postado na sua página no Facebook, a história tornou-se viral em todo o mundo, contando com mais de 19 mil partilhas.

“Foi tudo muito complicado e por causa da pressão social que começou a surgir, a companhia aérea resolveu fazer alguma coisa, mas não teve sorte”, lamenta. Desde 17 de dezembro, a BoA deixou de ajudá-la.

O Governo e as autoridades envolveram-se na busca

Poucos dias depois de Tito desaparecer, já com a sua história viral, Edgar Montaño, Ministro de Obras Públicas da Bolívia, fez uma conferência de imprensa para noticiar o desaparecimento do gato.

“Tito ainda está vivo e pode estar a viver numa das casas perto do aeroporto. Colocámos comida e água em todos os lugares para o gato, que gosta de atum. Continuamos esperançosos de que seja encontrado”, disse na altura. O Ministro adicionou ainda que os bombeiros e as equipas das quatro agências estaduais, através de vias aéreas, também haviam sido contactadas para se juntarem à busca pelo gato.

Apesar dos esforços, ainda hoje não há notícias de Tito. Andre, porém, não pretende desistir. A estudante ainda está na Bolívia e frisou que só vai sair de lá com Tito. No momento, está a oferecer uma recompensa de 460€ (500 dólares) para quem ajudá-la a encontrá-lo.

Este mês recebeu a ajuda de um médium animal

Tito foi adotado por Andre Iturre no início da pandemia. “O meu bebé tem três anos e está comigo desde os dois meses”, conta à PiT. Desde então, a dupla só se separou quando a jovem se mudou para a Irlanda. Mas após oito meses, com a vida já organizada, voltou para buscá-lo. Apesar de atualmente já não ter a ajuda da companhia aérea, o governo boliviano continua a apoiar a jovem.

Há cerca de uma semana, recorreu à um médium animal para ajudar a localizar o felino. “Tive a ajuda do governo para contar um especialista em comunicação animal”, diz à PiT. “Ela ainda está a ajudar-me e também está a dar informações sobre a energia dele. Ela sente que ele ainda está vivo”, acrescenta. 

Andre sofre de ansiedade e desde que adotou Tito, tem tido uma companhia. Quando conseguir encontrá-lo, partilha que pretende tê-lo como um Animal de Assistência Emocional (ESAN) oficial. Ate lá, não vai desistir: “No momento estou a fazer a fazer as buscas sozinha, apenas com a ajuda de alguns voluntários de Tarija”.

Carregue na galeria para conhecer Tito, o gato que parou o mundo.