A família de Ana Rita vive habituada à presença de vários gatos em casa, acolhendo as ninhadas que nascem na propriedade, mas Tutuki é um caso único. O felino de três anos nasceu com mais quatro irmãos, e apenas um dia depois de chegar ao mundo ficou sem as patas de trás. A tutora fez alguns ajustes, mas assegura que o gato nunca teve problema algum em orientar-se apesar da diferença.
A estudante de enfermagem de Cinfães do Douro conta à PiT que o gato preto e branco nasceu mais longe de casa do que aquilo que os tutores esperavam. Sabiam que a gata Carolina, sua mãe, estava grávida, e perceberam que tinha tido os bebés quando regressou sem a barriga grande. “Só os encontrámos ao final do dia”, avança.
Foi a mãe de Ana Rita quem os avistou, e relatou à família que Tutuki “foi o último a nascer, e tinha o cordão umbilical a fazer garrote nas patas de trás”. Quando deu com os bebés, as patas do gato “estavam muito inchadas e vermelhas. No dia seguinte secaram completamente e caíram”, explica a tutora.
A dona de 22 anos garante que o gato “enfrentou a situação com normalidade”, e habitou-se à sua realidade. O único incidente derivado desta particularidade aconteceu quando o felino tinha seis meses de idade, e desenvolveu um edema — ou uma acumulação de líquido — na pele, devido a uma ferida que “tinha mau aspeto”.
Os tutores levaram-no ao veterinário para drenar o fluido, e o gato deixou de poder usar a caixa de areia temporariamente, devido ao risco de os grãos ficarem agarrados à pele. A partir daí, habituou-se a utilizar um resguardo, e nunca mais voltou a optar pela caixa.
A principal diferença entre Tutuki e os seus irmãos é que o gato “é mais isolado e menos dado”. Ana Rita explica que o felino prefere a companhia do núcleo familiar, evitando estar na presença de outras pessoas. Além disso, os tutores não deixam que saia de casa, apesar de o permitirem aos seus irmãos, por medo de que se magoe. A jovem adianta ainda ter comprado uma pequena rampa para que o gato possa subir para a sua cama, que este aprendeu a utilizar rapidamente. “Ele chega a saltar da cama para baixo. Faz tudo. Não sei como é que faz, mas faz”, brinca.
A dona conta presenciar diferenças no tratamento que os outros gatos têm com Tutuki em relação ao que têm uns com os outros, afirmando que “são mais cuidadosos com ele”, e avança que pondera investir numa cadeira de rodas para Tutuki. Contudo, admite que este “é um grande investimento”, e teme que o gato não se adapte ao objeto.
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