Os Coldplay já aqui estiveram em 2022. Sem alarde, até fizeram as reservas em nome fictício. A informação não é oficial e a dona não confirma nem desmente. Por nós, tudo bem porque no 12 Meses Natural Mente, um turismo rural mergulhado na Serra do Açor, em Arganil, os verdadeiros VIP são os animais. “Para muitos seria uma óptima fonte de rendimentos o facto de poderem cobrar mais qualquer coisa por recebê-los, mas a decisão que tomámos foi a de custo zero”, explica à PiT Margarida Gonçalves Pereira, que com o companheiro, Paul Bradtké, dão vida ao espaço.
Neste alojamento, cuja vista sobre a serra é de cortar a respiração, e onde a piscina convida ao mergulho no infinito, os animais “podem ficar no quarto com os donos” — “A única condição responsabilizarem-se por eles e pelos danos que possam eventualmente causar”, sublinha Margarida, que acrescenta, contudo que “nunca” teve qualquer problema: “a maioria das pessoas que os trazem sabe que devem zelar pelo bom comportamento dos animais e seguir as regras normais como se estivessem em casa”.
Para além dos quartos, os animais podem circular livremente por todo o espaço público do alojamento, inclusivamente na zona da piscina, privilégio que, como sabemos, a maioria dos alojamentos não permite. “Parto do princípio que quem traz o cão para um sítio destes conhece bem o seu animal, tem controlo sobre ele. Portanto, assim sendo, eles podem circular por todo o lado, com e sem trela, consoante a confiança que os tutores têm nos seus meninos”.
As primeiras coisas boas já sabemos: os animais não pagam nada e podem andar livremente. Mas há mais, garante a proprietária. “Não faço distinção se são grandes, pequenos , peludos … apenas o que quero é que passem também um bom momento com os seus donos e sejam felizes enquanto aqui estão”, justifica.
“Tenho histórias de vida de muitos deles que me fazem rir, chorar e pensar que o quanto é bom dividir a nossa vida com alguém que nos faz sorrir todos os dias”, afirma. Há apenas uma condição essencial: “No final de estadia, exijo a foto da praxe (não dos donos mas deles )”, diz em tom de brincadeira.
A sorte veio do Luxemburgo
Margarida é uma sortuda e é a própria que o reconhece. “A minha formação foi Gestão Hoteleira e desde muito cedo comecei a trabalhar em Hotelaria e Restauração. Como esta região estava muito esquecida em questões de alojamento e como tenho raízes aqui da parte dos meus avós paternos, juntei o útil ao agradável. Tive a sorte de conhecer um luxemburguês, hoje meu atual companheiro de 20 anos que me proporcionou sair de Lisboa e juntos construirmos este pedacinho de céu”, relata à PiT.
O 12 Meses existe há dez anos e tem cinco quartos disponíveis (100€/noite, com pequeno-almoço incluído) e uma suite (120€). Tudo rodeado da Natureza, com várias belezas naturais das proximidades, como a aldeia de Piódão, a Mata da Margaraça ou a cascata da Fraga da Pena. “O que oferecemos ao hóspede?”, pergunta Margarida, para responder de pronto: “Paz, tranquilidade, boas caminhadas, boas dicas de lugares onde podem também levar os seus animais a fazer as suas refeições, e lugares especiais (praias fluviais , cascatas )”.
Animais não faltam
Ser pet friendly foi quase uma obrigação moral. “Quando aqui chegámos, foi a minha primeira oportunidade de ter animais, pois a quinta tinha todas as condições”, conta. Margarida já levava de Lisboa o seu gato Elliot, um Europeu Comum, hoje com 11 anos. “Resolvi no aniversário do meu companheiro Paul oferecer-lhe um cão, ao qual demos o nome Dali (um Podengo, atualmente com seis anos). Mais tarde, resolvi juntar à família mais um membro, Pepper, o galgo que sempre sonhei ter”.
Assim sendo, mais o conselho dos amigos, a opção de abrir o turismo rural aos patudos foi fácil de tomar. “A designação de hóspede VIP aqui em casa é quando nos perguntam se podem trazer o seu cão. E eu respondo sempre: claro, será tratado como VIP”.
Carregue na galeria e conheça os recantos do 12 Meses. Atenção, algumas fotos são “violentas”, para espíritos mais cansados e a precisar (novamente) de férias.
