Black escolheu a família de Diogo Teixeira. Após uma grande perda de um membro de quatro patas, o rafeiro intrometeu-se na sua vida, para lhes trazer uma grande felicidade. Agora, contudo, vai ter que os deixar por uma razão maior.
Methis era o bem precioso do pai de Diogo. E foi num instante que ficou sem ela. “Nós costumamos deixar os cães soltos pela nossa casa. Houve um dia em que um carro se despistou e bateu contra o nosso muro. A cadela estava lá perto e acabou por levar com uma pedra”, começa por contar à PiT o jovem de 24 anos.
A cadela partiu a bacia e, mesmo que a família tenha feito de tudo para a salvar, já não houve nada a fazer. Methis acabou por morrer, deixando um grande desgosto. Especialmente ao pai de Diogo.
“O meu pai quis muito um cão, e até teve a ideia de comprar um Pastor Alemão, mas eu não deixei”. Com tantos animais em abrigos, Diogo decidiu ir ao canil de Vila Nova de Famalicão, a cidade do distrito de Braga onde reside, para adotar um amigo de quatro patas.
“Estávamos à espera da hora de os poder visitar, quando chegou uma carrinha com diversos cães. Mal o funcionário abriu a porta, um deles veio logo ter connosco a brincar”. Black, que aparenta ser da raça Chow Chow, conquistou logo Diogo e o seu pai: “Tratámos imediatamente dos papéis e levámo-lo para casa”.
Durante dois anos, Black, como o batizaram, apesar de ele não ter nada de preto, foi a luz daquela casa. A maior fonte de meiguice e de muitas lambidelas: “Se eu disser: ‘Black, dá-me um beijinho’, ele vem logo”, ri-se.
Longe da vista, longe do coração
A vida do rafeiro mudou muito no último ano, e prepara-se para sofrer a maior alteração de sempre. “O meu pai está a deixar de ver, e tem de ser operado. De um olho, já é cego. Do outro, vê pouco”, confessa Diogo à PiT.
“Ele pôs lentes, mas esteve 14 anos sem ir ao médico. Aos poucos, começou a ver manchas e cortinas nos olhos. Quando foi ao hospital, tiveram que o operar de urgência”. Entretanto, já foi operado mais duas vezes, e os próximos tempos prometem ser ainda mais difíceis, visto que terá que passar por outra cirurgia. Desta vez, um transplante de retina.
Isso fará com que o pai de Diogo fique totalmente dependente até recuperar a visão. E por isso deixará de haver espaço para Black na sua casa: “O meu pai está muito triste, mas tem mesmo que ser. É para o mal dele, mas para o bem do Black”.
Desta forma, Diogo vê-se obrigado a doar o animal que está na sua família desde 2021. “Se eu pudesse, acolhia-o em casa, mas já tenho dois cães, uma cadela que foi mãe, e a ninhada com 11 crias”.
O jovem procura uma família que consiga acolher o pequeno Black, que tem tanto amor para dar. Já procurou instituições para o colocar, mas além de não haver espaço para ele, o ideal seria mesmo arranjar alguém que o amasse como se fosse dele. Black está inscrito no PiTmatch, a nova plataforma de adoção responsável da PiT, e espera que o seu focinho conquiste muitos possíveis adotantes.
Se a história do rafeiro não o conquistou, talvez as suas fotografias o façam. Carregue na galeria para ver alguns dos melhores momentos de Black.