Família

A égua Zarah ia para o talho e Jorge salvou-a — agora, é anfitriã da Casa dos Limões

Localizado em Penafiel, o alojamento pet friendly tem duas casas com piscina. O refúgio perfeito para quem adora a natureza.
Os melhores limões para uma limonada de liberdade.

Zarah tinha os dias contados. A égua com 16 anos nunca tinha conhecido o verdadeiro significado de liberdade, mas isso nunca a fez querer deixar de viver. Jorge Casal, 48 anos, sabia disso, e impediu o amigo de a levar para o talho que lhe estava destinado. Hoje, dá as boas-vindas aos hóspedes da Casa dos Limões: aos humanos e aos de quatro patas.

Resgatar animais não é a única ocupação de Jorge. Apesar de isso lhe dar um grande prazer, e de salvar constantemente as vidas que se cruzam com ele, são as terras agrícolas a ter o seu coração. O produtor agrícola nortenho já tinha terrenos com abacates, tangerinas e até kiwis. Mas faltava-lhe algo.

Jorge sempre ouviu a frase “quando a vida te der limões, faz uma limonada”, e sabia que, quando encontrasse o terreno perfeito, ia conseguir muito mais do que uma limonada. Foi isso que aconteceu: “Encontrei uma quinta em Penafiel, no Porto, com terrenos destinados à plantação de limoeiros, que tinha ainda duas casas”, conta à PiT.

Das casas, restava apenas alguma estrutura em pedra, que exibia onde era suposto serem as janelas e a porta. Mas, por alguma razão, Jorge viu potencial nas mesmas. “Decidi renovar uma delas, mas, como eu e a minha família já vivemos numa zona rural, e não precisávamos de uma casa de férias, optei por colocá-las para arrendar”, explica o empresário.

O Retiro dos Limões.

O portuense colocou a casa na plataforma Airbnb e “teve um sucesso imediato”. Dois anos depois, a procura não pára de crescer. “Como é uma casa pequena, para duas pessoas, e tem uma piscina privativa, tem tido muita adesão. Não é fácil encontrar alojamentos deste género, pois as casas costumam ser maiores”.

A Casa dos Limões teve tanta adesão, que foi “obrigado” a construir um novo alojamento. Agora, além da casa com um quarto, uma cozinha, e serviço de WiFi gratuito, tem também um bungalow, a que chamam “Retiro dos Limões”, com um quarto, uma cama, uma casa de banho e, claro, uma piscina privativa.

Estão reunidas as condições para que todos os hóspedes tenham uma boa escapadinha no meio da natureza. Mas Jorge não pretende ficar por aqui, no que diz respeito à oferta de experiências rurais: “Vou restaurar a outra casa, que já cá estava quando comprámos a quinta. Deve estar disponível no verão”, conta.

Desta forma, poderá receber todas as pessoas que vêm de longe para viver a liberdade portuguesa. Sim, porque maior parte dos hóspedes da Casa dos Limões são estrangeiros: “Os portugueses ainda estão pouco virados para o turismo rural”, aponta. “Só agora é que estão a começar a descobri-lo e a perceber que não é preciso ir para uma casa no Algarve para ir de férias”.

Jorge já recebeu diversos norte-americanos, que ficaram encantados com a paz em que viveram nesses dias. Alguns disseram-lhe e outros demonstraram, com muitas lambidelas. Não se preocupe, que falamos dos de quatro patas.

Zarah não é esquisita — deixa todos os patudos entrar nas suas instalações

Como grande amante de animais, havia uma coisa clara para Jorge quando decidiu transformar a casa abandonada na quinta onde ia nascer uma plantação de limões: todos os animais seriam bem-vindos. “Sempre tive animais, por isso tínhamos de ser pet friendly”, garante à PiT.

Além de Zarah, recebeu ainda dois póneis, que mais tarde deram à luz um outro. Os quatro são as mascotes da Casa dos Limões e apresentam a liberdade aos que vêm por pouco tempo: “Eles andam soltos e à vontade. Dão-se todos bem com os animais dos hóspedes. Os cães costumam ladrar ao início, pela estranheza, mas depois ficam todos amigos”.

Zarah é uma das mascotes da quinta.

Na quinta, não há limites para os animais. Nem para o número deles no quarto, nem para o seu peso e muito menos para os mergulhos que dão na piscina: “Os donos gostam de levar os animais para a piscina e nós autorizamos”, ri-se a contar.

Além disso, os alojamentos dispõem de bebedouros e comedouros. E a ausência de guloseimas não é por falta de vontade: “Há animais com alimentações diferentes. Senão, oferecíamos”. Os hóspedes de quatro patas também podem andar soltos, e o melhor é que os donos não precisam de apanhar os seus cocós, assegura o proprietário.

Na Casa dos Limões, os animais não pagam diária. É apenas pedida uma taxa de limpeza de 15€, no final da estadia. É esse o preço da liberdade vivida na escapadinha dos seus donos. E Jorge assegura, que nem eles vão querer sair de lá.

Carregue na galeria para ver algumas fotografias da Casa e do Retiro dos Limões.

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