Quem ali entra à procura de roupa e acessórios, acaba surpreendido. Na nova Baiwho, em Lisboa, também se pode beber um café ou apreciar uma exposição de arte. E, quando os clientes dão por isso, já estão na plateia de um espetáculo de comédia, por exemplo.
A concept store abriu no início de julho e trouxe um conceito polivalente ao bairro da Estrela. A única regra é que todas as propostas que decoram o espaço têm a assinatura de marcas e artistas urbanos ou independentes. Todos são convidados a apresentarem os seus trabalhos e a integrarem a comunidade criada.
Pelo meio, pode cruzar-se ainda com amigos de quatro patas como Waka, o cão de Sebastião, que também ajuda a receber os clientes na loja. Todos os animais são bem-vindos a vir conhecer esta novidade.
Por trás do projeto, está uma dupla que já tinha uma marca de T-shirts feitas 100 por cento de algodão. Lançada em agosto de 2020, a GOAT Wearable Culture foca-se na música, mais especificamente no hip hop, e nos nomes que marcaram a sua história e cultura. O sucesso do negócio motivou os empreendedores a investirem no espaço.
“O digital é importante para uma marca independente, mas também existe a venda física. As pessoas querem experimentar as roupas e ver os tamanhos”, conta Sebastião Melo, de 31 anos, formado em marketing e publicidade. Ao seu lado, está a amiga Madalena Burguete, 34, licenciada em design.
Embora tenham as suas peças expostas, explicam, “não é uma loja da GOAT”, mas um canto para dar visibilidade ao trabalho de várias marcas e artistas — seja qual for o seu estilo. “O processo de curadoria tem sido muito orgânico. Algumas somos nós que escolhemos, outras são recomendadas por amigos ou clientes que passam por cá.”
Na montra e no centro da loja, estão várias propostas acompanhadas pelos perfis dos criadores. Destacam-se as meias vibrantes da Chulé, os óculos de madeira da Pica-Pau e as peças de roupa originais da Jo Trip, inspiradas em vários destinos. Numa das paredes, são os sapatos da Itza que roubam as atenções.
Os clientes podem contar com a mesma variedade nos que toca aos criadores, como Binau e a sua arte visual, o primeiro convidado a tornar-se residente no espaço. Porém, a ideia é ir alternando e acolher outros nomes. Oportunidades não faltam, já que a sala de baixo tem espaço para receber eventos e workshops, entre outras iniciativas.
“Queremos que vejam o espaço como uma plataforma para criarem as ideias deles. Não os limitamos”, diz. A ideia é que tenham iniciativas novas a acontecer, pelo menos, duas vezes por semana. Pode ser uma aula de desenho, um espetáculo de stand up ou uma sessão de live panting.
Ao todo o espaço, o espaço com cerca de 60 metros quadrados está dividido em três áreas. Além do showroom e da cave, têm uma esplanada onde os clientes podem instalar-se após uma passagem pelo balcão da cafetaria, com uma vasta oferta de petiscos e bebidas.
A decoração foi feita com a colaboração de amigos e familiares, com o foco na reutilização de materiais. O resultado combina o vintage e o moderno, um espelho “do que acontece no mercado atual da indústria têxtil e do design”, onde elementos do passado e do presente se encontram.
Após uma pesquisa por vários bairros lisboetas, encontraram o espaço ideal na Estrela. O bar, a esplanada e a sala privada pesaram na escolha, bem como a internacionalização da zona. “A abertura do bairro obrigou-nos a ficar e a criar uma ponte entre os estrangeiros, os expats e os portugueses”, destaca o fundador.
Leia também o artigo que a NiT escreveu sobre o lançamento da GOAT Wearable Culture.
A seguir, carregue na galeria para ver mais imagens da Baiwho e ficar a conhecer melhor a nova concept store na Estrela.