Em 2019, Mariana Barosa, João Maria Girão e Bernardo Girão criaram a Collect, um espaço disruptivo em Lisboa, que juntava uma loja de discos, uma rádio digital e um espaço de restauração, tudo no mesmo local. O projeto deu origem a um elo de ligação com o Cais do Sodré e decidiram assim embarcar na missão de tentar reabilitar o bairro. O primeiro passo? “Criar mais locais boa onda”, que chamem turistas e locais para o bairro. A primeira concretização desse plano chama-se Nollie, uma pizzaria e wine bar aberta desde dezembro.
O nome é uma óbvia referência ao movimento de skate que é “executado na frente da prancha”. E porque é que se fala nesta modalidade numa pizzaria? É simples. Um dos fundadores, o João Maria, é atleta da modalidade e queria trazer “a vibe cool” do skate para o restaurante. Em conjunto com os sócios decidiram forrar uma das paredes do restaurante com réplicas de tábuas vintage, criadas nos anos 70 e 80, e que estão à venda.
A Nollie surgiu como extensão natural da Collect. A ideia dos três amigos era criar um local de convívio para todos os que gostam de apreciar arte, acompanhados de petiscos, bons vinhos e, claro, os companheiros de quatro patas. Assim que surgiu oportunidade de ficar com o espaço ao lado da outra loja, não hesitaram.
João Maria Girão e Mariana Barosa, ambos com 46 anos, conheceram-se durante os percursos de ambos como DJ. Juntos fizeram, durante muitos anos, programação em festivais e em clubes, além de terem gerido editoras. O irmão, Bernardo Girão, com 41 anos, juntou-se ao primeiro projeto pela experiência na área da restauração. Foi um dos gestores do Duplex e da pizzaria La Puttana, no Cais do Sodré, e foi dono de um bar em Faro, o Cabaré, entre outros.
Com a experiência de cada um criaram um ADN, primeiro para a Collect e agora para a Nollie, que se identifica pela junção da música e boa comida. Características visíveis mal se atravessa a porta do número 70 da rua Nova do Carvalho, onde se ouvem notas de jazz a tocar e se sente o típico sabor da pizza napolitana.
O menu é pouco extenso, o que facilita na hora de escolher. Há oito pizzas, dividas entre os sabores clássicos, como a Diavola (13€) ou a Margherita (10,50€) e as originais como a Zucca (13,50€), com creme de abóbora, a Breasola & Stracciatella (15€) com mozzarella, tomate e stracciatella breasola, ou a Funghi & Truffle oil (14€). Para quem nunca tem tempo para parar pode sempre pegar e comer pelo caminho uma das três bissetas, isto é, mini calzones.
Seguindo a tendência do “natural”, escolheram criar apenas receitas com base numa massa de fermentação lenta e ingredientes locais, escolhidos nos mercados próximos. E com as bebidas não foi diferente. Embora tenham alguns cocktails de autor, criados por Israel Neto, o grande foco para completar o wine bar foram os vinhos naturais, “com a curadoria da distribuidora de referência Who´s Wine?”.
“A lista conta com propostas de palhetes, orange wines e pet nat e são vendidos em garrafa (desde 21€) e a copo (desde 6€). A nossa aposta caiu, sobretudo, em referências da região do vinho verde, ou seja, há muito do Minho e também dos Trás-os-Montes”, diz Bernardo Girão.
A Nollie está aberta todos os dias, do meio-dia às 2h da manhã, para todos os que gostam de comer fora de horas, ou simplesmente nunca sabem onde beber um copo. Pelo caminho podem aproveitar e comprar uma tábua de skate das marcas Santa Cruz, Power Peralta, ou Vision, que custam entre 90 e 150€.
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