Dentro do silêncio e da aparente segurança do carro, Roni via o cenário apocalíptico que acontecia no exterior. Árvores a abanar, destroços a voar, pessoas a correr… O cão polícia só esperava que alguém o fosse buscar e o salvasse antes que o pior acontecesse. Felizmente, um dos seus colegas de profissão lembrou-se dele.
“Estava ao telefone com a minha mulher, e ela disse-me que ela e os meus filhos estavam fechados no armário, a prepararem-se para a tempestade“, começa por contar o agente da polícia Joel Nitchman ao programa de televisão norte-americano “America’s Morning Headquarters“.
Quando um tornado atingiu a cidade de Deer Park, no Texas, nos Estados Unidos da América (EUA), ninguém estava à espera dos estragos que podia trazer. “Olhei pela janela e estava tudo bem”, continua o agente, “De repente, havia estradas alagadas, chuva intensa e consegui perceber que o vento estava muito forte”.
Enquanto tal acontecia, Roni repousava calmamente dentro do carro patrulha, como, aliás, já é costume: “Às terças-feiras, é o dia de treino dos cães polícia. Geralmente, ele fica no carro durante o nosso turno e o resto do dia. Tem uma jaula muito confortável e ele também adora”.
Esta terça-feira, no entanto, não era como as outras. “Assim que percebi que a tempestade estava a agravar-se, comecei a ficar preocupado com o Roni. Não queria que nada voasse pelo para-brisas, lhe acertasse e o magoasse”, confessou o agente. Então, enfrentou o vento, que estava a uma velocidade de 265 quilómetros por hora, e foi salvar o seu “melhor amigo de quatro patas”.
“Foi de loucos. Quando o fui buscar, mal conseguia abrir a porta. Quando finalmente consegui, ele não queria sair”, ri-se. Roni sabia bem que o que se passava lá fora não era agradável para ele. Por ele, ficava exatamente onde estava.
“Ele é um cão inteligente, e ficou do género: ‘Eu não vou lá para fora’. Comecei a puxá-lo, como se estivesse a dizer: ‘Anda lá, amigo. Vamos'”, descreveu ao canal televisivo local Khou. Roni lá fez a vontade ao colega polícia e saiu do carro.
Quando os dois saíram, notaram um cenário completamente diferente do que o que tinham testemunhado momentos antes. Quando Joel correu para ir buscar o cão, teve o caminho livre da esquadra até ao carro. Desta vez, teve que circundar a cerca que entretanto já tinha sido movida com o vento, para chegar à porta de entrada.
O agente humano foi considerado um herói por todos os colegas e rapidamente se tornou no mesmo em todo o mundo. Mas ele fê-lo por instinto e, claro, pelo amor que tem ao seu “melhor amigo”: “Não podia deixá-lo lá fora com aquilo tudo a acontecer. Não podia fazer-lhe isso”, remata.
Veja o vídeo do momento em que o agente salva o seu colega cão polícia.