A maioria das associações da causa animal que atuam no país não dispõe de quaisquer ajudas públicas e sobrevive à base dos donativos de quem acredita no seu trabalho. É o caso da Associação Aldeia dos Gatos de Sintra, que vê diariamente as suas contas a aumentar e que precisa desesperadamente de ajuda. Além de vários seniores que estão em tratamento, acolheram recentemente um gato Persa da rua que inspira mais cuidados. E só com o apoio de todos é que podem prosseguir a missão de os salvar.
“As contas não estão fáceis. Recolhemos de Rio de Mouro, a 24 de agosto, um menino que teve de ficar internado uma semana. Teve de levar uma transfusão de sangue e a despesa foi muito alta. Este menino é um gato Persa que estava na rua, possivelmente há bastante tempo. Ele tem chip, mas o telemóvel está desligado e a polícia já foi ao endereço e já não mora lá ninguém”, explica à PiT uma das responsáveis desta associação de proteção de felinos, que tem atualmente 90 gatos ao seu cuidado.
A esperança de que Pitchau – nome que lhe foi dado – estivesse perdido começa a esmorecer. “Pode ser um caso de os donos terem mudado de casa e de telefone e de se terem esquecido de alterar os dados, ou então foi alguém que faleceu e puseram o gato na rua. Tem 15 anos e é um doce de gatinho. Estava minado de pulgas e com anemia grave. Neste momento, os valores do sangue já estão bons, mas está com problemas nas patas traseiras. O prognóstico ainda é muito reservado”, diz-nos, com tristeza, a mesma protetora.
Pitchau precisa de ajuda
Apesar de a anemia já estar controlada, a vida de Pitchau continua em risco. Depois de ter saído da incubadora a 27 de agosto, ainda teve a felicidade de ter alta, no dia 29, e de seguir para o abrigo da associação. Mas durou pouco. Na sexta-feira, 6 de setembro, a Aldeia dos Gatos de Sintra dava conta de que o gatinho tinha ficado internado uma vez mais. “Algo se passa com as patinhas traseiras do nosso menino. Tem sensibilidade, mas arrasta as patinhas. Está a fazer mais análises, também à tiróide devido aos seus 15 anitos. O que se passará na cabeça deste menino?”, lamentam as suas cuidadoras.
Além da preocupação com a saúde de Pitchau, também as contas por pagar se avolumam e trazem grandes receios às voluntárias da associação. “Para lá desta despesa, que ainda não acabou, temos também muitos seniores a ir ao veterinário”, conta à PiT uma das suas responsáveis. “Todos os meses temos uma despesa fixa de 4.000€, isto sem contas veterinárias. E neste momento as despesas no vet são enormes. Só sobrevivemos de donativos”, acrescenta.
Aldeia dos Gatos lança crowdfunding
Assim, a associação, na tentativa de obter mais apoios, criou a 5 de setembro uma angariação de fundos através da plataforma de crowdfunding PPL, por meio da qual está a tentar obter 2.500€ até 9 de outubro – e onde conta atualmente com uma ajuda de 30€.
“Todos os meses temos o encargo da renda (770€), luz (120€), água (180€), net (48€), limpeza (500€) [Infelizmente, por falta de voluntários, temos que recorrer a a serviços externos para garantir a limpeza diária, tão importante e fundamental num abrigo], ração (750€) e patês (1.1800€). E ainda acrescem as despesas veterinárias, que é a parte mais difícil de todas”, diz a associação. “No ano passado foram mais de 40.000€ só no veterinário. Já fizemos o apuramento para os primeiros quatro meses deste ano e o valor foi de 14.778,08€ (ou seja, cerca de 3700€/mês)”.
Se puder ajudar, contacte a associação – ou contribua através da angariação de fundos ou por meio de transferência bancária. Todo o apoio é precioso. Percorra a galeria e conheça alguns dos gatos para adoção e as instalações repletas de cor, carinho e muitos esconderijos, tocas e túneis, onde todos são tratados com muito amor.