Kira tem 12 anos “e ninguém a queria adotar por causa da idade”. Minie tem oito. Sao as duas novas melhores amigas de António Pedro Cerdeira. O ator acaba de adotar duas cadelas que estavam na Associação São Francisco de Assis, de Cascais. E não é a primeira vez que o faz. “Não consigo resistir. Adoro cães e comove-me o seu sofrimento e a solidão em que muitos se encontram”, explica à PiT.
As duas novas princesas juntam-se ao seu coração, em que cabem ainda dois Yorkshire Terrier e uma Teckel. Para já, não estão todas na mesma casa. “A adaptação tem de ser aos poucos. Passo a passo, para não haver problemas, mas em breve quero que estejam todas juntas”.
Ao grupo falta outra Teckel, uma faca espetada no coração do ator, de 52 anos. “Tinha outra, mas foi envenenada para grande desgosto meu. Estou a torcer para que as pessoas que fazem isso aos cães já tenham morrido. E com muito sofrimento”, exclama.
Como a Teckel estava sozinha em casa, e com a morte da “mana”, António Pedro decidiu adotar uma. “Eu já seguia esta Associação São Francisco de Assis na Internet, e depois conheci uma voluntária lá. Eles fazem um trabalho incrível, têm 350 cães resgatados, fora os gatos. E pensei: ‘ora, é mesmo lá que vou buscar uma amiga para ela'”, relata à PiT.
E assim foi. “Os cães que têm mais dificuldade em ser adotados são os mais velhos. Eu já sabia disso, mas fiquei muito incomodado com isso quando me confirmaram essa informação lá. Ninguém os quer porque são mais velhos. Inclusivamente, a Kira até tem um problema cardíaco, tem um sopro no coração.
O ator foi à associação e não hesitou. “Não trouxe uma, trouxe duas. Logo as primeiras duas que as voluntárias me mostraram. ‘São mesmo estas’, disse eu. E assim foi”. Um dia depois, esta quarta-feira, dia 24, António Pedro Cerdeira, que desde 2020, é uma estrela da ficção da SIC, depois de anos na TVI, foi buscar as duas cadelinhas.
Sem paciência para os “radicais”
António Pedro adora cães mas confessa não ter “paciência para os fanáticos radicais dos animais”. “Tudo o que é radicalismo mete-me confusão, mas aplaudo todos aqueles que lutam dia a dia pelo bem-estar dos animais e o trabalho incrível que é feito por todo o país”, explica.
“Felizmente, onde vivo agora tenho condições para ter animais. Todos os dias caminho sete ou oito quilómetros com eles, tenho grandes cuidados com do ponto de vista veterinário. São grandes companhias. São mesmo o melhor do mundo e isso nota-se no amor, na fidelidade e no carinho que nos dão”, sublinha.
Sem meias palavras, o ator aponta o dedo às “figuras públicas que fazem muito show-off com os animais e depois nada”, mas reconhece a importância que o apoio que atores, apresentadores e artistas em geral dão às campanhas de adoção responsável pode ser muito importante. “Nós podemos chamar a atenção das pessoas, porque a nossa voz chega mais longe. Nem que deem 5 ou 10 €, ou adotem um animal carenciado, é um passo muito importante”, sugere.
“Estes animais são normalmente cães muito sofridos. A Luna, que neste momento está aqui ao pé de mim, é uma pequenina de um ano e três meses e ao longo desta curta vida rodou por cinco casas. Sempre que eu saio de ao pé dela, fica numa excitação com medo de ser abandonada outra vez. Agora já está melhor, mas quando volto é uma festa. Os cães são inteligente e são gratos a quem lhes faz bem”.
Por isso, o ator pede que as pessoas apoiem as associações. “Há muitos cães a precisar de ajuda, de necessidades básicas e de amor. Agora, como já não há pandemia, algumas pessoas, que para mim não são pessoas, são seres humanos de merda, que iam buscar animais só para poder passeá-los e sair de casa durante o confinamento, agora é vê-los a abandonarem os cães. Aliás, a mais velha que eu trouxe já tinha sido devolvida de duas casas. A desculpa é sempre a mesma: vão ter de ir trabalhar para fora”, ironiza.
Percorra a galeria e veja o apego do ator aos seus cães.