Família

Assassínio de Faia vai ao Parlamento. Número de assinaturas supera o necessário

Família da Podengo esfaqueada em Lisboa precisava de 7.500 assinaturas para caso chegar à AR. Quase 10.000 subscreveram petição.
Tinha dois anos e meio.

Faia era uma Podengo muito amada pela sua família. Com apenas dois anos e meio, teria ainda uma vida longa pela frente. Mas a 10 de agosto morreu esfaqueada, em plena rua de Lisboa, tendo o seu dog walker também ficado ferido. A família da pequena cadela nunca mais será a mesma e não quer deixar passar a sua morte em branco. Para que o caso fosse discutido em plenário na Assembleia da República eram necessárias 7.500 assinaturas da petição até 18 de setembro. Conseguiram reunir quase 10.000.

“Caríssim@s: 9.429. Este é o número final de assinaturas válidas”, escreveu a família de Faia na conta de Instagram da pequena Podengo. “Os serviços das petições foram bastante céleres e têm sido de uma simpatia extrema para connosco. Disseram que reunir perto de 10.000 assinaturas em 20 dias ou menos é um feito, e ficaram impressionados com as assinaturas em papel de todo o país”.

Com os erros – na sua maioria nomes incompletos, muitos não legíveis, números do Cartão do Cidadão em falta, e duplicações – “perdemos umas 400 assinaturas”, diz a publicação. “Mas a margem folgada que tínhamos significa que conseguimos, com a vossa ajuda incrível, cumprir o nosso primeiro grande objetivo: reunir assinaturas suficientes para ser elegível para discussão em plenário da Assembleia”, anunciou a família.

O problema vem agora, explicam os tutores de Faia. “É que até lá ainda há muitas fases e em outubro, com o Orçamento do Estado, fica tudo suspenso… mas seguimos confiantes de que a história da Faia já tenha captado a atenção de muitos, e aguardamos com serenidade e esperança que quem decide se aperceba da urgência da discussão, a juntar a outras iniciativas. Trataremos também de enviar uma carta ao Presidente da República, que pelos vistos tem que seguir por vias diferentes”, sublinham.

“Manter-vos-emos ao corrente de novos desenvolvimentos, como sempre, e em breve partilharemos outra iniciativa para honrar a memória da Faia, na qual temos estado a trabalhar com afinco. Até lá, um obrigada”, remata a publicação.

Qualquer petição subscrita por um mínimo de 1.000 cidadãos é publicada na íntegra no Diário da Assembleia da República e os peticionários têm o direito a ser ouvidos em audição na comissão parlamentar competente. Se a petição for subscrita por mais de 7.500 cidadãos ou a comissão aprovar parecer nesse sentido, é apreciada em sessão plenária na Assembleia da República (AR). E é o que vai agora acontecer.

Faia vai ter justiça?

A pequena cadela e o seu dog walker, o alemão Lars Rueger, tiveram a infelicidade de se deparar, naquele dia 10 de agosto com um homem alterado, na freguesia da Penha de França, que do nada atacou Faia e quem a passeava como habitualmente. Nada houve a fazer pela Podengo, que morreu no local. Já Lars sofreu ferimentos em várias partes do corpo, mas felizmente está recuperado.

Nessa altura, muitas figuras públicas e outras instituições denunciaram o ocorrido, pedindo justiça. Foi o caso do grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA), do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e da atriz Ana Lopes Gomes – que é amiga da família e que conhecia Faia.

Agora, com o número de assinaturas necessárias já reunido, o consultor de imagem e comentador televisivo Pedro Crispim, que tem acompanhado o caso desde o início, fez uma publicação precisamente sobre o mesmo assunto. “No passado dia 10 de agosto, a Faia foi morta à facada (isso mesmo). Isto aconteceu enquanto a mesma estava a fazer o seu passeio com o responsável, que também ficou ferido neste ataque cobarde de um homem, em plena cidade de Lisboa. Para quem não conhece esta história passe pela página que faz uma bonita homenagem da vida da simpática Faia @faia_podengo. Eu, cada vez que passo por lá, fico emocionado ao recordar através de vídeos e fotos a sua curta mas feliz existência ao lado da sua família, e tenho que confessar que o facto de alguém se achar no direito de roubar a sua luz deixa-me completamente revoltado”, escreveu.

“De facto o que me sobra em emoção nesta situação inexplicável, falta-me em palavras. Ou melhor, nenhuma das palavras que me surgem é muito simpática, para poder aqui postar. Saiba como juntos podemos a dar voz pelos direitos dos nossos amigos”, disse ainda Pedro Crispim, remetendo novamente para a página de Faia no Instagram.

Percorra a galeria para ver algumas fotos de Faia, cuja morte deixou a sua família destroçada – incluindo uma bebé de 10 meses, que perdeu a sua grande amiga de quatro patas.

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