Família

Blackie foi adotada, mas acabou por ser devolvida. Agora, procura um lar definitivo

A família achou que tinha muita energia e levou-a de volta. A cadela quer alguém que cure a tristeza de ter sido rejeitada.
Blackie expressa a felicidade com energia.

Quando os voluntários da Associação Animais da Quinta se despediram de Blackie, acenaram e exclamaram “Adeus”. A frase “Até já” nem lhes passou pela cabeça. Não porque não fossem ter saudades da cadela preta, mas porque tinham a certeza de que ela tinha finalmente encontrado a sua família. Mas tão depressa ela foi, como as palavras se transformaram em: “Bem-vinda de volta”.

Não foi há muito tempo que a patuda com quatro anos regressou à sua boxe, no abrigo em Gondomar, concelho do Porto. “Voltou há cerca de dois anos, devolvida de uma família. Não se conseguiram adaptar a ela”, começa por contar à PiT Beatriz Leite, 28 anos, voluntária da associação.

Blackie tinha demasiada energia para a família que quis ficar com ela. E não foi a primeira a queixar-se do mesmo. “Ela estava na rua e era alimentada por um senhor. Tentou ainda ficar com ela, mas deu-se mal com os seus cães”.

Além disso, os gastos de alimentar a cadela de grande porte e os seus animais não eram suportáveis pelo amante e ajudante de animais. Foi assim que chegou pela primeira vez à associação.

O seu focinho e sociabilidade com outros — patudos e humanos — acabou por conquistar uma família, que quis levá-la para casa. Na Associação Animais da Quinta têm um período de experiência de três meses, para “garantir segurança, para haver certezas de que o animal se adapta e para as pessoas não se sentirem mal caso isso não aconteça”, conforme explica a voluntária. E foi nesses termos que Blackie foi para o novo lar.

“Acabou por regressar muito triste. Ela é uma cadela muito agradecida e sentia uma grande felicidade em ter uma nova família”. Infelizmente para alguns, essa felicidade é manifestada com excesso de energia.

Desta forma, as voluntárias não tiveram remédio senão recebê-la, com os braços abertos para abraços extremamente calorosos, que lhe curassem a tristeza.

A associação começou por perceber se esta hiperatividade tinha emenda. “Levámo-la para hóteis caninos, para ver como se comportava, e foi sempre impecável. Participa sempre nos nossos eventos e dá-se muito bem com os outros cães”.

Blackie só quer brincar. Só quer ser feliz e só quer alguém que ame a forma como o demonstra. A cadela está farta de viver no abrigo, fechada numa boxe que restringe a maneira como se expressa. Procura uma nova família, desta vez definitiva, e está no PiTmatch, a nova plataforma de adoção responsável da PiT, para isso mesmo.

Se quer testemunhar alguma da energia de Blackie, veja as suas fotografias na associação.

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