Família

Branquinho visita o túmulo do seu tutor todos os dias há 3 anos. “Eram inseparáveis”

Era muito próximo do dono e até já o tinha salvo de um ataque de touro. Agora, vai até ao cemitério para ver a sua fotografia.
Tem 15 anos.

Quando Leila Immich começou a ver Branco (Branquinho) a passar pela sua casa de duas a três vezes por dia, decidiu seguí-lo. O rafeiro de 15 anos não deixa a idade abrandá-lo e é com determinação que faz o caminho da sua casa até o cemitério onde o falecido tutor, Ademar Seidel, está enterrado desde 2020. “Ele desceu, fez a volta, parou em frente ao túmulo e olhou para a fotografia”, recordou a vizinha ao programa brasileiro “Vale Agrícola”.

O velhote foi criado pela família Seidel desde bebé em Sampainho, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Desde então, criou um vínculo especial com Ademar e a “dupla inseparável” partilhou todos os bons e maus momentos no pouco tempo que teve junta. Quando disse adeus ao dono, não foi fácil.

Na altura, a família vendeu um trator agrícola que pertencia a Ademar e quando o cão viu a viatura partir, resolveu correr atrás dela, segundo contou ao jornal “G1” a vizinha da família, Anelise Bitdinger, responsável por comprar o carro. Desde o dia do funeral de Ademar, Branquinho começou a rotina que tem emocionado os moradores.

Assim que descobriu as visitas do patudo ao túmulo do pai, Ligia, não conseguiu conter as lágrimas. “Não sabemos nem explicar direito o carinho que o meu pai teve com ele. Ele conseguiu passar-lhe o afeto que ele precisou e nós entendemos porque também sentíamos isso pelo nosso pai. Era uma pessoa muito especial”, referiu.

O cemitério fica a 800 metros da casa da família e por causa da idade, há dias que o patudo já não tem forças para lá ir. Ainda assim, noutros, tem uma energia inesgotável e vai mesmo de duas a três vezes num só dia. “Ele vai quando ele tem vontade. Acredito que vai quando tem saudades”, acrescentou Ligia.

Quando Ademar ainda era vivo, Branquinho chegou a salvá-lo de um ataque de um touro. O tutor estava caído no chão, com o animal em cima de si, quando o cão veio a correr e atirou o pequeno corpo contra o gigante. Graças a isso, o dono teve tempo de se levantar e correr.

Desde a partida da sua alma gémea, “adotou” um novo companheiro: Fabiano, o genro de Ademar e também agricultor. Por vezes, a dupla vai junta até o cemitério e divide momentos cheios de aventuras. O patudo acompanha Fabiano em algumas trabalhos e é visto, muitas vezes, a correr ao lado do seu trator.

Além disso, este ano o rafeiro foi papá e a família ficou com um dos seus filhotes — que é mesmo igual ao pai. No futuro, quando Branquinho já não estiver por cá, estão a planear a enterrá-lo ao lado de Ademar. “É lindo demais e inacreditável. Tem pessoas que não acreditam e têm de ver para acreditar”, sublinhou Leila.

De seguida, carregue na galeria para ver algumas fotografias de Branquinho.

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