A semana começou com quatro distritos e mais de 20 concelhos sob aviso amarelo. Em Lisboa, estima-se que as temperaturas tenham mesmo chegado aos 38 graus na segunda-feira, 26 de junho. No entanto, apesar dos vários alertas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), houve quem não valorizasse a onda de calor que se fez sentir no País e quem arriscasse a vida de outros.
Foi o caso de um homem nos Olivais, uma freguesia no concelho de Lisboa, que levou as duas cadelas consigo para almoçar. Contudo, não as levou para dentro do restaurante, tendo optado por deixá-las no carro, com os vidros fechados e sem o ar condicionado a funcionar.
“Face às altas temperaturas que se faziam sentir e ao pouco movimento que a rua tinha, o destino fatal destas duas meninas foi traçado pela negligência do seu detentor”, assegurou o grupo de Intervenção e Resgate Animal (IRA), que partilhou a notícia da morte das duas cadelas.
Além da descrição da tragédia, o IRA divulgou também uma tabela que relaciona a temperatura exterior com a do interior de um carro. Tendo em conta a temperatura estimada para aquele dia em Lisboa (38 graus), bastavam 20 minutos para que a do interior atingisse os 54 graus. Caso passasse uma hora, poderia mesmo chegar aos 64 graus.
“Não são só cinco minutos. Não é uma coisa rápida. Vai ao café ou às compras? Deixe os animais em casa”, pediu o grupo da causa animal, reforçando que “eles não conseguem ligar o ar condicionado, abrir a porta para sair e gritar por socorro”. Se não for possível deixar o animal em casa, o tutor “tem a obrigação de o proteger do sol e do calor, mantendo-o hidratado e fresco”.
Ainda assim, a casa é sempre o local ideal para o seu patudo, pois está “abrigado do sol”, “protegido do calor” e “num espaço que mantém a sua temperatura corporal adequada”.
O IRA lamentou a morte das duas cadelas, que “poderiam ter sido salvas se não fosse o facilitismo de algumas pessoas”, e garantiu que, numa próxima, irá “partir os vidros de qualquer carro que tenha, no seu interior, um animal a sofrer um golpe de calor”: “Depois, faremos contas em tribunal, se necessário”, rematou.
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