Uma história que envolve a atriz brasileira Leticia Sabatella, a protetora animal Erica Carrijo e uma veterinária que ainda não foi identificada explodiu esta semana nas redes sociais. De um lado, a artista acusa a veterinária da família de ter dado os seus dois cães, Bertoldo e Bebé, para adoção sem a sua permissão. Do outro, a fundadora do grupo de resgate Cãorrijo que acolheu a dupla, sugere que os canídeos foram vítimas de maus-tratos e negligência.
Tudo começou quando Sabatella, que tem como parceiro o também ator Daniel Dantas, partilhou um vídeo na quarta-feia, 19, a acusar a veterinária dos animais de os ter doado sem a sua autorização. “Tive dois cãezinhos meus colocados para adoção sem que eu soubesse. Ela tomou essa iniciativa, sem que nós autorizássemos”, disse no vídeo. A veterinária terá entregue os dois cães ao grupo de resgate de Erica Carrijo, que prosseguiu com o processo de adoção.
Nos últimos três anos, Carrijo diz que já tinha tido contacto com os dois animais, que estavam “sempre de um lado para o outro” entre a quinta da família e o grupo de resgate, que estava habituado a acolhê-los temporariamente. Quando estavam em casa, viviam soltos na propriedade de Sabatella, um local de “preservação e floresta nativa”, como a própria atriz descreve.
Ao longo dos anos, sempre que a artista viajava, deixava-os ao cuidado da veterinária, que também trabalhava na Cãorrijo. Numa das últimas vezes, quando teve de ir para outro Estado cuidar da mãe que estava doente, deixou os animais “sob a sua guarda”. Terá sido nesse período que entregou os cães ao grupo de resgate.
“Não sei porque é que ela ultrapassou esse limite. Ela própria confessa que fez algo de que se arrepende, não devia ter feito, mas já não consegue corrigir porque estão à guarda de outras famílias”, lamenta.
Em resposta ao vídeo de Sabatella, Erica Carrijo alegou que Bertoldo e Bebé foram várias vezes ao grupo de resgate e em muitas delas estavam magoados ou doentes. No relato, faz várias questões sobre os cuidados da atriz com os cães. A protetora disse ainda que nunca teve qualquer contacto com os tutores, e tudo o que sabia sobre os patudos era através da veterinária.
Carrijo sublinhou que em muitos casos, os animais apresentavam problemas que deveriam ter sido tratados antes. Numa das vezes que lá foram deixados, “sofriam de miíase”, ou seja, presença de larvas numa ferida não tratada.
“Eu sou tutora de pets e quando o meu cão se magoa ou sofre um acidente, eu corro para a clínica veterinária ou espero para tomar uma atitude. Se eu sou tutora e vejo o meu animal ferido, vou esperar dar miíase ou esperar que ele fique magro e morra?”, questionou.
A Cãorrijo fez também uma publicação com a fotografia de um dos cães magoados e na legenda, escreveu: “O que fez esse animal chegar nesse estado? Foi cuidado ou negligência?”.
As supostas acusações de maus-tratos e negligência fizeram com que a equipa de Sabatella, em conjunto com o namorado e também responsável pelos cães, partilhassem um novo comunicado esta quinta-feira, 21 de março.
“Em função de um tratamento sério de saúde feito por Daniel Dantas e a doença súbita da mãe de Leticia Sabatella em Curitiba, Bertoldo e Bebé foram deixados sob os cuidados de uma veterinária, com quem tinha uma relação amigável, respeitosa e carinhosa, mas de prestação de serviços”, lê-se na publicação. “Nunca houve menção a maus tratos ou qualquer denúncia que seria obrigatória nesse caso. Em caso de indício de maus-tratos, cabe às autoridades policiais receberem denúncia e investigarem a situação. Nunca houve qualquer denúncia dirigida aos tutores.”
A publicação esclarece ainda que os tutores têm “provas incontestáveis, imagens de convívio, notas de despesas de tratamento, alimentação e cuidados” que comprovam os cuidados que têm com os cães desde bebés, “enquanto a Cãorrijo apresenta versões diferentes, conflituosas entre si, mostrando que as suas alegações não se sustentam.”