Há animais que, sem nunca antes se terem cruzado, criam de imediato uma ligação assim que se conhecem, tornando-se inseparáveis. Na maioria dos casos, é o abandono, sofrimento e luta pela superação que os une. É como se soubessem que o outro traz com ele a mesma história. Foi o que aconteceu a Caju e Alana, resgatados em 2021, em situações limite, no distrito da Guarda. Hoje são grandes amigos e sonham juntos com uma família que lhes dê o amor que merecem.
“O Caju foi injustamente rotulado de cão ‘perigoso’ enquanto tentava sobreviver nas ruas. Passou por um canil municipal e conheceu o pior dos dois mundos. Com o seu olhar doce e o seu espírito protetor, encontrou na Alana a força que lhe faltava. A Alana, encontrada com um cordel amarrado ao pescoço já completamente inserido nos tecidos e que já lhe deformava a traqueia, com a sua energia e carinho infinitos, encontrou em Caju o companheiro fiel de todas as horas. Juntos, superaram medos, reabilitaram-se e aprenderam a confiar no ser humano outra vez. E acreditem que tinham todos os motivos para não voltarem a confiar”, explica a Qoasmi (Quando os Animais São Mais Importantes) — Associação Protetora dos Animais da Guarda, que os tem à sua responsabilidade.
Mas mesmo com a meiguice que os caracteriza, nenhum potencial adotante parece reparar neles. “Estão à espera há três anos em regime de hotel e ninguém os adota”, conta com tristeza à PiT Marisa Paulo, presidente e fundadora da Qoasmi. Ainda assim, não perde a esperança: “Quem sabe se não teremos o milagre de uma adoção conjunta?”.
Caju e Alana sonham com um lar comum
“Três anos se passaram e eles ainda acreditam que há uma família especial para eles. Mas será que essa família pode acolher os dois juntos? Dávamos tudo para que fosse possível. Separá-los seria partir o coração de quem se tornou inseparável. Mas percebemos que tenhamos que optar por deixar um sem o outro… seria egoísmo da nossa parte adiar o final feliz de um deles à espera de um milagre que pode nunca chegar”, sublinha.
A Qoasmi não pede que sejam “apenas” adotados. “Pedimos que lhes deem o final feliz que tanto merecem. Adotar é salvar vidas, e o Caju e a Alana esperam pela vez deles. Quanto tempo vão ter que esperar mais? Ajudem-nos a encontrar um final feliz para esta família”, apela a associação.
Estará desse lado o coração que vai apaixonar-se por estes dois amores? Terão eles a mesma sorte que teve Inox, o gatinho cuja incontinência não foi um entrave para ser amado? Percorra a galeria e conheça melhor o Caju e a Alana na sessão de fotografias que Berenice Vilar preparou na Quinta da Ninha. “Quando se fotografa com amor, isso só pode trazer finais felizes. Queremos acreditar”, diz esta associação da Guarda. Se quiser conhecê-los, contacte a Qoasmi para mais informações – e deixe-se levar pela doçura destes dois amigos patudos que já passaram por muito.