Família

Calico foi resgatado cheio de carraças e com sarna — precisa urgentemente de si

O seu estado é chocante. O cão estava tão esfomeado, que comia as carraças que caíam do seu corpo.
Calico precisa de estar isolados de humanos e animais.

Uma amante de animais estava a navegar pela auto-estrada com um cão, em direção a uma clínica veterinária, quando se enganou na saída e acabou por rumar para Barcelos. Já estava pronta para dar a volta, quando dois animais a chamaram à atenção. Mal sabia ela que esse pequeno engano acabaria por salvar a vida de um deles.

Com o carro cheio de patudos para ajudar, a senhora decidiu ligar a uma associação que conhecia bem. “Nós também não tínhamos espaço para o acolher, mas não o conseguíamos deixar na rua. Então, acabámos por resgatá-lo”, começa por contar à PiT Cristiana Dias, presidente da SOS Bigodes, sediada em Barcelos.

Cristiana e as suas voluntárias já tinham ouvido falar do mesmo cão, mas nunca pensaram que a situação fosse tão grave: “Nunca achámos que estivesse tão mal. Diziam que havia um cão abandonado na freguesia e que não o conseguiam apanhar porque tinham medo dele por causa do seu aspeto”, confessa.

A verdade é que, quando o cão chegou às mãos da SOS Bigodes, vinha esquelético, cheio de carraças e com sarna sarcóptica, o tipo mais grave desta condição, que também infeta humanos. “Ligámos à clínica com quem temos parceria, e eles chegaram a acolhê-lo, mas não conseguiram mas mantê-lo. Então, tivemos de recorrer a outra, e nem sabemos quais vão ser os custos”.

Calico Jacques, nome que a associação lhe deu, chegou à clínica esfomeado e a precisar urgentemente de ajuda: “Demos-lhe logo um comprimido para as carraças e ele tinha tanta fome, que as comia quando estas caíam”, descreveu Cristiana, lamentando o estado do cão de dez anos.

Devido à quantidade elevada de carraças que tinha no corpo, os médicos resolveram fazer um exame para verificar se tinha febre da carraça, que chegou positivo. Entretanto, o cão já começou a receber medicação para a cura, e apresenta melhorias.

Quanto à sarna, a associação pediu ajuda no Facebook para arranjar comida especial, e os seus seguidores moveram-se para o conseguir. Mas os bolsos não chegam para tudo. “Ele tem de estar internado, porque não temos outros meios. No hotel, não pode ficar, porque a sarna é altamente contagiosa. Tanto que as veterinárias têm de ir equipadas para o tratar. Não sabemos quanto é que isto vai custar”, explica.

Enquanto que, na clínica com quem têm parceria, conseguem agilizar o pagamento das despesas, nesta é bastante diferente: “Aqui, a conta chega ao final do mês e temos de a pagar. Não fazemos ideia de quanto vai ser por dia, mas não temos outra solução”, garante. Ao preço do internamento, acresce o da possível cirurgia de remoção do olho, visto que ele tem uma perfuração: “Por enquanto, ele está na luta para estabilizar. Está a ganhar peso e pêlo, para conseguir ser operado”.

A associação não é de pedir, mas não sabe como vai suportar os custos do salvamento deste animal. Pede a ajuda de todos os amantes de animais para colocarem as mãos nos bolsos e contribuírem para o bem-estar de Calico. E também dos outros animais que a SOS Bigodes apoia diariamente. Como é o caso de Sol.

Sol brilha como nunca

Sol tinha tudo para ser um cão feliz. Quando foi resgatado, as voluntárias da associação de tudo fizeram para lhe salvar a pata que tinha uma fratura. A cirurgia correu como planeado e, apesar de uma outra para ter de ter sido amputada, tudo apontava para que conseguisse ter uma vida normal. Mas uma falha médica custou-lhe isso.

O cão começou a andar a fazer o pino, mas as suas qualidades de acrobática eram desconhecidas da maioria. Afinal, tinha sido um erro durante a cirurgia, sendo que um dos ferros colocados tinha-se movido e estava a espetar-lhe a pata.

A associação fez um apelo para suportar as despesas de uma nova cirurgia e da fisioterapia. Não conseguiram o valor pretendido, mas, com alguns esforços, acabaram por garantir o tratamento de Sol.

“Ele foi operado e o veterinário disse que ele não ia usar a pata até uma nova cirurgia. Mas ele tem uma garra enorme e conseguiu”, explica Cristiana. Sol já está a fazer fisioterapia, acupuntura e eletroacupuntura e está a ter uma grande evolução. “Já não sabemos se essa cirurgia vai ser precisa”.

Carregue na galeria para ver algumas fotografias dos dois cães.

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