Quem tem um cão ou gato em casa sabe que todos os cuidados são poucos, especialmente quando são mais jovens e ágeis. A curiosidade dos patudos pode levá-los a terem acidentes graves, ou mesmo fatais, e muitas das situações mais complicadas surgem com quedas de janelas ou varandas.

Foi isso que sucedeu no passado domingo, 30 de abril, quando o grupo de Intervenção e Resgate Animal (IRA) e os Bombeiros Voluntários de Camarate foram socorrer um cão que tinha caído de uma habitação para a rua, em Alvalade, Lisboa. “Solicitada a ambulância de socorro a animais para prestar assistência a um cão de porte pequeno, que terá caído de uma varanda”, informava o IRA numa publicação no Facebook.

A referida Ambulância Animal, recorde-se, surge de um projeto que nasceu de uma parceria com os Bombeiros Voluntários de Camarate e o IRA, tendo sido oficialmente apresentada no passado dia 25 de abril.

Também os Bombeiros Voluntários de Camarate deram conta do ocorrido, explicando a situação num post do Facebook: “#Brigada3 acionada para socorro a canídeo que caiu de um 3.º andar, encontrando-se em estado grave e em convulsão. As nossas equipas ao chegarem ao local prestaram socorro e encaminharam o canídeo para o Hospital Veterinário da Universidade Lusófona. Estamos presentes em todos os momentos!”.

Pela proximidade, uma equipa do IRA também se deslocou ao local para prestar apoio. “O canídeo terá saltado de uma varanda de um 3.º andar, tendo atravessado um toldo e caído com bastante força no pavimento. O animal arrastou-se para debaixo de uma viatura e entrou em convulsão. Foram prestados os primeiros-socorros e imediatamente transportado para o hospital veterinário mais próximo”, referiu o grupo de defesa animal. O cão “foi imediatamente assistido à chegada, pela equipa veterinária da Lusófona, tendo os detentores sido contactados e informados da situação”, explicava ainda o IRA.

A 1 de maio chegavam as boas notícias: o patudo estava a salvo. “O canídeo que ontem caiu de um prédio em Alvalade já se encontra fora de perigo. A informação foi avançada pela equipa veterinária do Hospital da Lusófona, para onde o animal foi imediatamente transportado após ser assistido pela ambulância de socorro a animais. Já come, reconheceu os donos durante a visita e mostrou-se bem disposto”, informou o IRA, terminando com uma pergunta: “Será este início de um ‘INEM’ para os animais?”

Cuidado com as janelas

Estes acidentes, que acontecem mais vezes do que se poderá pensar e que na maioria dos casos não têm um final feliz, podem ser evitados através de vedações de segurança nas janelas e varandas das casas.

As situações com cães são mais raras, mas não é impossível que aconteçam. Por isso, todo o cuidado é pouco. Até porque, mesmo que a casa seja térrea e não cause ferimentos, poderá nunca mais ver o seu amigo de quatro patas. Já quem tiver gatos que gostam de saltar deve ter atenções redobradas.

À PiT, Inês Guerra, responsável pelo departamento de comportamento felino do Grupo Hospital do Gato, explicou recentemente que a questão das janelas é muito importante quando se fala na segurança de uma casa para os felinos. Isto porque os gatos não têm asas nem paraquedas. E basta uma mosca ou algo que os distraia e facilmente podem cair.

É aqui que se fala na chamada “síndrome do paraquedista” – “os gatos que caem das janelas ficam com fraturas e, muitas vezes, em situações mesmo graves, acabam mesmo por chegar ao hospital já mortos e nem conseguimos ajudá-los”, alerta a médica veterinária. Assim, “janelas abertas só com os estores corridos”, ou então “garantir que temos redes nas varandas e nas janelas para prevenir as situações de quedas”.

Mas o melhor mesmo é optar por redes fortes para evitar acontecimentos infelizes. E há também que ter atenção às janelas basculantes, que são um perigo para o seu gato – já que poder ficar entalado quando esta estiver aberta na vertical.

Percorra a galeria para conhecer melhor a Ambulância Animal e saber como se processou o socorro em Alvalade.