Dolores Silva é uma amante de animais e protetora da causa há mais de 20 anos. Sempre conseguiu aliar a sua vida profissional e os cuidados com os animais que dela precisam, mas agora, devido a problemas no grupo de comunicação onde trabalha, tem vivido momentos muito difíceis. Sem saber se o salário chega no fim de cada mês, está a pedir ajuda para os cães e gatos que tem à sua responsabilidade.
Com 58 anos, Dolores, que está em regime de teletrabalho na secção de fotografia do jornal “O Jogo”, que pertence ao grupo Global Media – dono de outros títulos, como o “Diário de Notícias” e o “Jornal de Notícias”, bem como da “TSF” –, tem vivido dias de grande angústia. Atendendo aos problemas que o grupo está a atravessar, esta protetora da causa animal tem-se visto aflita para que nada falte aos animais que estão a seu cargo.
Apesar de já estar com os salários em ordem, incluindo o de janeiro, cada novo mês é uma incógnita. “A situação do jornal não está resolvida. Este mês finalmente pagaram, mas temos sempre a incerteza do próximo mês”, diz Dolores à PiT.
Dolores, que vive em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, tem 24 cães e seis gatos ao seu cuidado, bem como a mãe – que tem 92 anos e está com demência. A única coisa que quer é poder continuar a cuidar da mãe e dos seus animais, sem que nada lhes falte.
A protetora e ex-fotógrafa criou o projeto Cantinho do Kitty – nome dado em homenagem ao seu primeiro gato – e é através dele que tem também uma loja online onde vende produtos que a podem ajudar a continuar caminho com menos sobressaltos. “Não estou a pedir dinheiro nem donativos. Quem puder, pode ajudar dessa forma, mas o que mais peço é que me ajudem a divulgar e que comprem rifas e coisinhas da loja solidária”, explica à PiT.
Dolores precisa de mais solidariedade
Desde que, a 23 de janeiro, fez um post no Facebook a explicar a sua situação, as ajudas têm chegado e Dolores tem conseguido respirar de forma mais aliviada. Mas as contas nunca param de se acumular e há também animais que tem a seu cargo e que precisam de encontrar um lar definitivo. São animais encontrados à sua sorte, muitos deles com passados infelizes, de maus-tratos e abandono, que encontraram em Dolores o carinho que nunca tinham tido.
“Gasto cerca de 320€ mensais em ração para cão e 50€ para gatos. Felizmente já recebi alguma ração e tive agora muitas vendas na loja, o que me ajuda com as despesas. A solidariedade tem sido motivadora”, conta a protetora à PiT.
Dos 24 cães, 16 são já seniores e Dolores continuará a tê-los a seu cargo, bem como outro que precisa de mais cuidados. Mas há sete – que pode ver na galeria – que precisam muito de boas famílias, em lares de amor. E se não puder adotar, pode ajudar divulgando – e apadrinhando, se tiver possibilidade. Cinco deles estão prontos a seguir para novas casas, mas há duas cadelas novinhas, com apenas três anos, que estão numa família de acolhimento temporário e que precisam, antes de mais, de ser socializadas. “O ideal seria serem acolhidas por uma associação ou santuário com treinador que as pudesse ajudar”, apela.
“Já ajudo animais há mais de 20 anos, já abdiquei de muita coisa para continuar nesta causa. Agora terei de parar no que diz respeito a capturas e recolha de animais. Os que tenho a meu cargo já dão muito trabalho e precisam de qualidade de vida. E, claro, tenho de dar muito mais atenção à minha mãe. Vou, sim, continuar a marcar esterilizações de animais, bem como vacinas e chips, e ajudar a partilhar os apelos de outros protetores”, sublinha Dolores na publicação que fez no Facebook, onde consta também o seu IBAN para quem possa prefira apoiar diretamente por essa via.
Percorra a galeria e conheça um pouco melhor esta protetora e alguns dos animais de que cuida, nomeadamente os sete cães que precisam de boas famílias.