O termo “workaholic” designa pessoas que não sabem parar de trabalhar — e esta característica transcende os seres humanos. Quando Dorka, uma Pastora-Alemã treinada para detetar explosivos, foi adotada e pôde finalmente desfrutar da sua merecida reforma, a cadela aborreceu-se. O tutor decidiu deixá-la fazer o que mais gosta, e acabou também por lhe dar uma irmã.
Jonathan, um veterinário militar dos Estados Unidos da América, foi destacado para uma missão no Afeganistão durante quatro anos, para a qual lhe foi atribuída Dorka. “Não pensei que isto seria onde conheceria a minha melhor amiga”, conta à página The Dodo.
Com a missão concluída, Jonathan fez um pedido formal para adotar a patuda, e juntos regressaram à nova casa da cadela, no estado da Florida, depois de uma viagem de helicóptero.
Apesar do entusiasmo do novo tutor, Dorka não se adaptou tão bem quanto esperado, mostrando-se distante e deprimida. “Estava tão entusiasmado para a adotar, mas não estava à espera do quão desafiante seria para ela estar reformada”, explica. “Ela não se interessava muito por aquilo que fazíamos. Preferia ir revistar carros ou procurar alguma coisa com o nariz”, acrescenta.
Na tentativa de reacender a personalidade da Pastora-Alemã, o tutor criou atividades que a permitissem praticar aquilo para que foi treinada, com uma substância idêntica às que costumava farejar, que esconde em diferentes locais. Na publicação, é possível testemunhar Jonathan a esconder o objeto na roda do seu carro. “Aposto que ela irá direita para o carro”, afirma — e assim foi.
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No momento em que a porta de casa se abre, a cadela corre para o veículo, rastejando para debaixo do carro e sentando-se, sinalizando o que tinha encontrado. “Quando o encontrou, ficou um bocadinho confusa, mas cheirou-o outra vez, e outra vez, e quando finalmente percebeu o que era sentou-se só olhou para mim”.
Depois de alguns anos juntos, o tutor voltou para o Afeganistão. Desta vez, conheceu Mane, outra Pastora-Alemã, igualmente treinada para detectar bombas. “Ela não conhecia mais nada para além da vida de canil”, conta o tutor.
Jonathan sabia que poderia dar uma vida melhor à patuda, e sabia também que Dorka precisava de uma companheira. Em novembro de 2024, depois de anos a trabalharem juntos, fez o pedido oficial de adoção, que foi aceite, e levou a nova cadela para casa. “Depois de passarem a fase em que se estavam a conhecer, tornaram-se inseparáveis”, conta o tutor.
No Instagram, a página que criou para Dorka, onde documenta a vida dos três, conta 239 mil seguidores. Na lista de atividades favoritas dos três estão os momentos de busca, quando o tutor esconde os objetos para que os encontrem, e os jantares em que comem todos juntos, frente a frente na mesma mesa. “São tudo para mim. Não consigo imaginar a minha vida sem qualquer uma delas”.
Carregue na galeria para conhecer Jonathan, Dorka e Main.