Família

Eles adoram viajar de carro com a cabeça de fora. Saiba porquê e que riscos correm

Não é só pelo passeio em si. Para os cães, uma viagem de carro significa toda uma experiência sensorial ao nível do olfato.
Olhos arregalados e língua de fora. A imagem de marca do cão viajante.

Todos sabemos que uma das actividades favoritas dos cães é andar de carro com a janela aberta. Patas empoleiradas no vidro, cabeça de fora, língua ao vento e lá vão eles todos contentes. Quanto mais rápido melhor. Mas porquê? Por que razão gostam tanto destes passeios a alta velocidade? 

A viagem propriamente dita, desde a hora em que a palavra mágica “rua” é pronunciada, já é motivo bastante para que estes patudos abanem a cauda (e por que o fazem são outros quinhentos). Ainda assim, este passeio não é como os outros. E no caso dos cães não é a adrenalina ou a sensação de liberdade que explicam o prazer de uma boa volta de carro com os vidros entreabertos. 

É no olfato que está a essência da coisa. Para lá da paisagem em corrida e do vento em contra-mão, são os cheiros que mais entusiasmam os caninos aventureiros. A partir dos cerca de 300 milhões de receptores olfativos (em comparação com os aproximadamente seis milhões presentes nos narizes humanos), a capacidade que os cães têm de processar cheiros é entre 10 a 100 mil vezes maior do que a dos humanos, o que significa que numa qualquer viagem de carro conseguem captar uma série de cheiros a cada quilómetro.

Mais, a maneira como os cães expiram é diferente da nossa: enquanto deitam o ar cá para fora, continuam a interiorizar novos aromas, de acordo com Jack Stephens, um médico veterinário norte-americano considerado como o “fundador” dos seguros de saúde para pets nos Estados Unidos da América. Já para Natalie Zielinski, directora dos serviços de comportamento na Wisconsin Humane Society — uma instituição de apoio animal, fundada no final do século XIX, nos EUA —, há uma grande diferença de estímulos olfativos quando as janelas estão abertas, semi-abertas ou fechadas.

No entanto, esta prática acarreta riscos tanto para os donos, como para os nossos melhores amigos. Além dos perigos mais evidentes, tais como a interferência do animal na condução, ou a iminência da sua queda (ou salto!) para fora do carro, factores como a proximidade de outros carros ou objetos, insetos e partículas para os olhos, ou os danos que a força do vento pode causar nas orelhas são ameaças incontornáveis nestes percursos. 

Assim, para não impedir a diversão do cão sem preterir a segurança de todos a bordo, o ideal é abrir ligeiramente as janelas, colocar (sempre!) o cinto de segurança ao passageiro de quatro patas e levá-lo a dar uma longa volta. Destes passeios não se cansam eles.

Percorra a galeria com alguns exemplos das vicissitudes destes passeios.

 

 

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