Família

Esta mulher já resgatou mais de 2500 Pugs. E não vai parar por aqui

Atualmente, Cheryl acolhe 200 cães da raça salvos de situações de negligência. Tem uma associação destinada aos seus cuidados.
Tem a casa cheia.

Estão entre as raças mais polémicas do mundo, mas seja qual for a opinião sobre os Pugs, uma coisa é certa: são também um dos cães mais adorados de sempre. Cheryl Gaw é uma das milhões de pessoas que não resistem aos rechonchudos, mas a amante de animais vai ainda mais além: desde 2010, já salvou a vida de mais de 2.500 cães da raça. 

Hoje, a viver na África do Sul, Cheryl e o marido, Malcolm, tem 200 Pugs em casa. E todos eles vieram de situações de negligência ou falta de condições. Em 2008, quando acolheu o primeiro cão da raça, não imaginava que 17 anos mais tarde deixaria tudo para trás para continuar a salvá-los. Nas suas palavras à Associated Press, “nunca foi parte do plano”, mas claro que os patudos ganharam. 

Aos 63 anos, dedica-se por completo à Pug Rescue South Africa, a associação que criou em 2010 para oficializar os resgates. Nessa altura, já vivia no continente africano e confessa que ter a casa cheia de animais nunca esteve nos planos da reforma. Mas agora, não imagina outra vida. 

“Eles são conhecidos como os palhaços do universo canino e fazem qualquer pessoa rir”, afirmou. “Gostam de ficar no seu cantinho. São uma raça incrível e adorável. E deixam sempre pelos soltos na nossa roupa.”

A história com os Pugs começou em 2008, quando ganhou um de presente do marido. Nessa altura, integrou um clube para animais da raça e quando uma conhecida perguntou se o casal não queria acolher dois patudos abandonados, não conseguiu dizer que não. Onde cabe um, cabem dois ou três, mas naquele ano, salvou a vida de 60. A certa altura, chegou a ter quase 20 em simultâneo na sua casa. 

Dois anos mais tarde, sabia que não conseguia continuar a cuidar de tantos animais sozinha e decidiu avançar com a associação. Hoje, em Johannesburg, tem uma equipa de voluntários que se dedica aos cuidados dos 200 que acolhe. A rotina começa cedo, por volta das cinco da manhã, quando os animais são soltos em grupos divididos “de acordo com a sua personalidade e idade” para o primeiro passeio do dia. 

 
 
 
 
 
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Quando a capacidade do espaço permite, Cheryl recebe também cães rafeiros ou de outras raças, os quais apelidou carinhosamente de “Pugs honorários”. Muitos deles são Dachshund, Bulldogs ou arraçados. 

Anualmente, gasta cerca de 40 mil dólares americanos (cerca de 38,3 mil euros, à taxa de câmbio atual) nos cuidados veterinários dos animais. E esses não são poucos. Uma das polémicas que envolve os Pugs e outros cães considerados braquicefálicos (aqueles com os focinhos achatados e problemas de respiração) é precisamente a forma como são criados.

Um estudo feito pelo Royal Veterinary College (RVC) em 2022 revelou que ao compilar a lista dos 40 problemas de saúde mais comuns identificados nos Pugs e outras raças, os Pugs revelaram um maior risco de virem a ter mais de metade deles: 23 em 40 (ou seja, 57,5%).

Segundo a investigação, têm riscos mais elevados do que qualquer outra raça de desenvolverem problemas de saúde e já não podem ser considerados um “cão típico” nessa perspetiva. 

É precisamente por causa desses problemas que muitos são deixados para trás. Por causa disso, não são aconselhados a famílias sem condições financeiras. Ainda assim, vão muitas vezes parar em casas que não querem ou não podem gastar milhares de euros nos seus cuidados. É assim que acabam na associação de Cheryl.

Muitos dos Pugs que acolhe de momento vieram de detentores que não conseguiram cobrir os seus gastos veterinários. Cheryl também enfrenta esse desafio — afinal, cuida de centenas deles —, mas não pretende desistir dos cães que “estão sempre a largar pelos.”

De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre os cães resgatados pela protetora.

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