Quando em 2019 chegou a Portugal, o brasileiro Rafael Schafers da Costa encontrou a sua nova casa no país dos avós, mas também um lado menos bom. “Senti um pouco de discriminação, racismo e homofobia”, recorda, enquanto sublinha que para lá da porta do seu novo projeto, nada disso entra. “É um espaço seguro”, diz sobre o Condes 13, o mais recente brunch da capital.
A funcionar desde 8 de junho, na Rua do Conde Redondo, é a casa imaginada pelo casal composto por Rafael e Torsten Schaefers da Costa (42 e 58 anos), que deixaram as suas vidas em Berlim e as carreiras na área da medicina e da aviação, para se mudarem para Portugal com o cão. Em jogo estava a vontade de abrandar, conhecer as raízes portuguesas e assentar no País onde podiam concretizar o sonho de casar.
A primeira visita aconteceu em 2016, precisamente para celebrar a união. Regressaram em 2019 para um ano sabático, com o objetivo de procurarem investimentos e depois regressarem mais tarde, mas a chegada da pandemia trocou-lhes as voltas. “Começámos por alugar uma casa na mesma propriedade onde casamos, mas depois de uns momentos menos felizes decidimos mudar-nos para o Estoril. Aí já sabíamos que não iríamos regressar à Alemanha e vendemos todos os negócios que tínhamos lá para investir em Portugal”, conta Rafael.
Rafael nasceu em Angra dos Reis, no Brasil, filho de mãe portuguesa e pai alemão. Durante a adolescência mudou-se para a Alemanha para estudar e seguir medicina. Por lá conheceu o marido Torsten, que foi hospedeiro de bordo da Lufthansa durante 30 anos.
Cansados do ritmo frenético que as profissões lhes impunham, fugiram para Portugal. O brasileiro queria conhecer o país dos avós e da mãe, que abandonaram a terra-natal por medo da PIDE em 1972 — e pelo caminho encontrar uma forma de explorar um hobby que sempre adorou, a cozinha.
Neto de pasteleiros, passou os primeiros anos de vida a aprender as técnicas com a avó. E à medida que foi crescendo, passou a usar esse conhecimento para preparar banquetes para os amigos. Encontraram então um prédio na zona da Estefânia que permitia juntar duas funções: os apartamentos foram transformados para alojamento de curta duração e no rooftop nasceu um all day brunch com vista para a cidade.
Num espaço com capacidade para 45 pessoas, o casal desenhou um pequeno reduto que pode ser utilizado todo o ano. Durante o verão os guarda-sóis dão-lhe um toque boho e no inverno o protagonismo vai para as mantas e os sofás, que tornam o ambiente mais harmonioso. E seja qual for a altura do ano, os animais são bem-vindos no Conde13. Por vezes, até podem se encontrar com o companheiro de quatro patas do casal.
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Os pratos são pensados e confecionados por Rafael, enquanto Torsten trata da gestão do negócio. “Adoro cozinhar, mas tenho uma equipa que me apoia. Fizemos vários testes para escolher os melhores produtos para cada prato. O prego, ao início, era de lombo, depois trocamos para picanha, por exemplo. A carne que usamos para o hambúrguer é black angus e é picada por nós, com as especiarias. Este é o projeto da minha vida, por isso quero só o melhor”, refere.
O espaço tem menus de pequeno-almoço pensados para os que acordam com “fome e sem vontade de pensar”. O Continental (14€) inclui pão rústico, iogurte com fruta, ovos mexidos, queijo, fiambre, manteiga e compota. O que preferem salmão, por mais um euro, têm uma opção em que o fiambre é trocado pela versão fumada do peixe e a manteiga pelo guacamole. Os vegetarianos não foram esquecidos e têm um prato idêntico ao primeiro, mas sem fiambre — custa 13€.
O brunch está disponível durante todo o dia com opções de tostas de abacate e salmão (8€), ou a Energia (6€) com manteiga de amendoim, banana e nozes. Para quem preferir há ainda bagels com doce de abóbora, requeijão e nozes (6€). A partir do meio-dia começam a servir bowls, saladas e pratos mais compostos, como o hambúrguer black angus conde 13 (18,90€) feito com pão brioche, cebola caramelizada, bacon, queijo cheddar, alface, tomate e picles; ou os tacos de camarão com guacamole (12€) ou as gyozas de frango (8€ por 6 unidades).
Dependendo da hora do dia e dos pratos escolhidos, pode optar por um sumo natural de maracujá (4,50€) ou de fruta do dia (4€), uma kombucha (5€), ou uma sangria de champanhe (45€) para acompanhar.
Carregue na galeria para conhecer o novo espaço de brunch da capital.
