De férias com os miúdos, Chris Cushna e Sheila Janes procuraram sempre pensar em novas ideias para fazer com eles. No entanto, assim que esgotaram as idas à praia, parques aquáticos e jardins, ficaram sem novas atividades. Foi aí que decidiram: “Vamos buscar um cão”.

Como a família está sempre a viajar, estava fora de questão adotar um animal permanentemente. Mas nada impedia que acolhesse um temporariamente. E, felizmente, a associação Portsmouth Humane Society, localizada no estado de New Hampshire (EUA), tinha o programa ideal para isso.

“Paws Around PTown” incentiva a que os amantes de animais vão até ao abrigo e escolham levar um cão pelo tempo que quiserem. Pode ser por apenas algumas horas ou um mês inteiro. Com isto, além de tirar algum peso dos ombros dos funcionários, ajuda a que eles conheçam outros locais da cidade e melhorem os níveis de sociabilidade, facilitando a sua adoção.

Antes de sair de casa, Sheila, 49 anos, os seus filhos, Logan, 12, e Anya, dez, e a sua neta, Luna, oito, navegaram pela página da associação, e escolheram logo o cão que iam levar consigo para casa, ou melhor, o barco onde viviam há três meses. “Todos concordámos que seria o Moose. Ele estava na última boxe e tinha o focinho mais gentil de sempre”, confessou a mulher ao jornal “The Washington Post”.

Assim que o conheceram, foi amor à primeira vista. Começaram por levar o Cão de Montanha dos Pirenéus, que deve ter cerca de oito anos, a uma loja de gelados e depois por um passeio na cidade: “Pensámos: ‘Este cão é encantador. Se o apresentarmos a outras pessoas, de certeza que vai encontrar uma casa definitiva'”, lembrou Chris, 54 anos.

Era suposto ser só uma noite, mas a família acabou por pedir para ficar com Moose durante mais uma. E foi isso que salvou a vida de todos.

Na manhã seguinte, Moose acordou sobressaltado e não parou de ladrar e de saltar até conseguir que a família se levantasse e reparasse nas chamas que invadiam o barco do vizinho. Começou pelo quarto dos miúdos, que, por serem 7h30 da manhã, não lhe ligaram nenhuma. Ainda assim, o cão insistiu e eles acabaram por perceber que deviam sair do barco.

A seguir, foram os miúdos que acordaram o resto da família, que ficou boquiaberta quando reparou no incêndio que estava a acontecer no barco ao lado e que se estava a propagar rapidamente para o seu. “Aquilo estava fora de controlo. Se o Moose não nos tivesse acordado, tínhamos sido acordados pelas chamas a caírem do telhado”, descreveu Sheila.

Apesar de o barco onde viviam ter ficado reduzido a cinzas, a família escapou sem um único arranhão ou queimadura. E tem muito a agradecer a Moose: “Estamos muito orgulhosos dele. Ele é um cão fantástico”.

Sheila fez questão de divulgar este incrível salvamento com a associação, para que pudesse chegar a muitas pessoas e Moose conseguisse finalmente ser adotado. No mesmo dia do incêndio, o cão acabou por ser adotado por um casal, com quem a família tinha conversado, durante o seu passeio pela cidade. Mas, passados poucos dias, foi devolvido. Por isso, a amante de animais queria mais do que nunca que ele encontrasse o lar definitivo.

“Este menino merece um bife. Vamos lá buscá-lo”

Ciara Hill viu a história de Moose no Facebook da associação e achou que ele estava a merecer uma recompensa pelo seu ato de coragem. Por isso, além de um bom churrasco, arranjou-lhe um lar, onde ele pudesse ser feliz para sempre.

“Ele fez um trabalho tão incrível, que merece reformar-se na nossa quinta. Vamos dar-lhe uma boa vida. Todos os nossos oito cães são muito mimados por nós”, garantiu a amante de animais. Moose já está há duas semanas com a sua nova família e não podia estar mais feliz.

“Isto é como um santuário para animais”, explicou, descrevendo a quinta cheia de gatos, galinhas, perus e tartarugas. E o cão parece adorar a sua nova casa: “Ele é muito amoroso e simpático. Só quer festinhas na cabeça”.

Assim que Sheila soube da novidade, ficou muito contente com o final feliz de Moose: “Ele merece tudo isto”, rematou.

Carregue na galeria para ver algumas fotografias de Moose.