Família

Fátima Lopes adotou cão que tinha sido abandonado numa estação de serviço

A apresentadora sempre disse um redondo "não" quando a filha lhe pedia para ter um cão. Tudo mudou quando Beatriz fez 17 anos.

Brownie tem seis anos e meio. Foi adotado por Fátima Lopes com pouco mais de um, depois de ter sido “deixado numa estação de serviço, preso com uma corda curta a um poste”. A apresentadora da SIC, de 53 anos, recorda à PiT esse período e como o seu cão mudou a sua vida.

“Ele vinha com as suas marcas. Era uma cão que a minha filha sinalizou e que estava à espera de ser adotado numa associação depois de ter sido abandonado“, lembra Fátima Lopes.

Hoje, Brownie tem medo de “barulhos particulares, que o assustam muito, provavelmente por causa desse seu passado”, mas é um cão feliz. “Quando veio para a nossa casa adaptou-se logo. A primeira noite foi um bocadinho mais complicada, porque tudo era novo para ele, mas depois correu tudo lindamente. É um cão de uma doçura difícil de descrever. A doçura que ele tem no olhar é a que tem na personalidade”, conta a comunicadora, referindo que “não dá para descrever o que é integrar numa família um animal, principalmente vindo de um abrigo”: “Eles só quererem dar amor e receber amor. Nada do resto lhes interessa”.

Fátima não nega, porém, que colocou reticências em levar um animal para o seio da família. Foi a filha, Beatriz, agora com 22 anos, que a convenceu. Demorou anos. “Eu só tive este cão quando a minha filha já tinha 17 anos. Sempre lhe disse antes que não conseguia assegurar os passeios e os cuidados que achava que ele merecia. Até brincava com a minha filha e dizia: ‘Se eu não tenho tempo para me passear a mim…'”, conta.

“Não tinha como dizer que não”

Um dia, Beatriz usou uma arma que deixou a comunicadora sem alternativa. “Ela ouviu toda a vida que não, que ter um cão ia representar mais um trabalho para mim, que ele ia ficar em casa sozinho o dia todo. Um dia, a Beatriz fez-me um documento, uma espécie de uma carta de intenções, com todos os desafios e todas as tarefas que representavam ter um cão. Tinha orçamento dos custos em ração, veterinário, tudo. Ao lado, colocou a forma como resolveria cada uma dessas situações: os passeios, o fim de semana, o pagamento das despesas”, enumera Fátima Lopes à PiT.

“Ou seja, ela fez um documento que mostrava que, se eu quisesse, teria participação zero. Perante isto, eu pensei que não tinha como dizer que não a uma miúda que me apresentou as soluções para cada uma das dificuldades que lhe enunciei”.

Hoje, Fátima Lopes faz questão de dividir tarefas no que diz respeito ao doce Brownie. “Não havia necessidade de a sobrecarregar quando, na verdade, ele é um elemento da família. Até amigas da minha filha o vão buscar para o levar a correr. E ele adora”, ri-se.

E é Filipe, o filho de 13 anos da apresentadora da SIC, a “perdição” do patudo. “De manhã, eu posso andar pela casa o tempo que eu quiser, que o Brownie não anda atrás de mim. Quando chega o momento de eu ir acordar o meu filho para ele ir para a escola, o Brownie sabe e segue-me logo. Eu dou dois beijinhos ao Filipe e ele acorda a seguir com as lambidelas do Brownie. Portanto, já faz parte do acordar do Filipe receber este amor. e o Brownie só pára quando o Filipe lhe dá uma festa”, revela.

“Dificilmente uma criança não sente o que é o amor vindo de um animal”

A apresentadora, que esteve presente numa campanha contra os maus-tratos a animais, acredita que a presença de um animal “ajuda na educação de uma criança, a passar-lhe determinados valores que são importantes”. E exemplifica: “Há pessoas que, se calhar, não entendem isto, mas a forma como nós ensinamos os nossos filhos relativamente ao papel, à importância e ao valor de um animal faz toda a diferença na forma como, depois, esta criança vai encarar a vida e os outros, encarar a diferença. Parece que não é importante, mas é muito importante”.

Fátima vai mais longe e justifica com um caso que conhece bem. “Há crianças que têm dificuldade em sentir o amor vindo dos adultos. Não é que esse amor não exista, mas sentem dificuldade ou porque os pais não o mostram de uma forma percetível ou por qualquer outra razão. A questão é que dificilmente uma criança não sente o que é o amor vindo de um animal. Esse ela sente, por mais que seja uma criança fechada e retraída”, alerta.

“Eu já acompanhei casos, até na minha família, de crianças que eram mais envergonhadas, dadas a poucas palavras e a poucas demonstrações de sentimentos. A partir do momento em que entrou um cão em casa, ficaram completamente diferentes. Os animais ajudam a organizar as emoções e a metê-las cá para fora de maneira diferente”, remata.

Percorra a galeria e veja a interação de Fátima Lopes com doce Brownie.

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