Ninguém sabe o passado de Yellow. Infelizmente, ele também não o consegue contar às voluntárias da associação NOA – Nós os Animais. Mas, dadas as cicatrizes que guarda debaixo da pele, não promete ter sido recheado de felicidade.
Quando o nome de Yellow é mencionado a Sofia Ribeiro, 43 anos, presidente da associação covilhanense, a primeira reação é suspirar: “Ai, o nosso Yellow…. Está há duas semanas internado na clínica. Já pode ter alta, mas não aparece ninguém que o queira levar para casa…”, começa por contar à PiT.
O gato amarelo, como o nome indica, caiu de paraquedas na vida de Sofia e das restantes voluntárias. “Apareceu numa colónia de gatos, e estava num estado tão grave que a cuidadora contactou-nos imediatamente”. Yellow estava magríssimo, sendo que pensava apenas um quilo e meio, cheio de parasitas e muito subnutrido.
Quando chegou à clínica, fez logo vários exames. E tanto as voluntárias, como os médicos não queriam acreditar no que ele tinha perto da pata: “Encontrámos restos de chumbo, o que justifica ele ter rebentado um abcesso na pata. Os chumbos eram de uma espingarda, o que indica que ele foi maltratado”.
O felino, que calcularam ter cerca de dez anos, foi ainda diagnosticado com uma anemia crónica, “com a qual terá de viver, sendo que transfusões nem são uma opção”. “Para juntar à lista de problemas, ainda testou positivo à FIV e à FELV”, lamenta Sofia.
Yellow tem tanto o vírus da imunodeficiência felina (FIV), também conhecido como SIDA dos gatos, como o da leucemia felina (FELV). De momento, em nada restringe o seu dia-a-dia, mas pode vir a afetar a família que lhe sairá na rifa: “Terá que ficar sozinho ou apenas com gatos com o mesmo diagnóstico que ele”.
Apesar destas ressalvas, Yellow é o gato perfeito para se ter em casa: “É muito meigo e doce. Gosta muito de companhia e de carinho”. Dadas estas características, Sofia acredita que o gato já pertenceu a alguém e que foi inclusivamente colocado na colónia onde apareceu.
O passado já está atrás das costas, e a presidente da associação do distrito de Castelo Branco foca-se apenas em arranjar uma nova família para o gato. O primeiro passo é encontrar alguém “com um grande coração”. O segundo é que, preferencialmente, tenha experiência no tratamento de gatos com o diagnóstico de Yellow: “Alguém que respeite a sua condição e que saiba como dar a medicação. Se tiver outros gatos na mesma situação, que lhe dê tempo para se adaptar”, remata Sofia.
Yellow está no PiTmatch, a nova plataforma de adoção responsável da PiT, à procura de uma família. E não deve demorar muito tempo até que apareça alguma. Aquele focinho é irresistível. Se não acredita, veja com os próprios olhos.
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