Família

Fugiu do avião e esteve 10 dias em fuga. Cadela de 2 anos já está a com a tutora

Amalka foi capturada perto do aeroporto. O reencontro com a dona, que nunca perdeu a esperança, foi muito emotivo.
O reencontro.

Após 10 dias de buscas incansáveis, Amalka, uma cadela de dois anos, foi finalmente encontrada esta quinta-feira, 28 de novembro, no município de Dammartin-en-Goële, a poucos quilómetros do Aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, em Paris.

A cadela havia escapado de um avião da Air France, enquanto era feita a descarga do porão do voo proveniente de Viena. Desde aí, Míša, uma turista checa e tutora da cadela, não parou até encontrar a sua patuda.

Tudo começou no dia 19 de novembro, após a aterragem do avião, que Míša calcula ter sido o momento em que a jaula de Amalka se abriu, devido à forte turbulência. Durante o processo de descarga do voo AF-113, a patuda conseguiu escapar, fugindo depois a correr pela pista de aterragem, sem que ninguém a conseguisse agarrar.

Durante os dias seguintes, Amalka era avistada diversas vezes nas instalações do aeroporto, com mais de 3.257 hectares de dimensão. Contudo, por estar assustada, fugia até da própria tutora, o que dificultou a sua captura. “Ela viu-me, cara a cara, e não quis vir ter comigo” declarou a tutora em lágrimas, em entrevista ao Le Parisien.

Míša, que tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tinha Amalka como cão de apoio emocional, e a sua ausência causou-lhe um grande transtorno. “É difícil para mim, porque neste tipo de situações, a Amalka está cá para mim” lamentou ao jornal francês.

A jovem de 29 anos, apoiada por uma equipa de voluntários da associação “Cats in the Air” e pela empresa Capture Yala, empresa especializada na captura de cães vadios ou fugitivos, percorreu o aeroporto em busca da sua fiel parceira, mesmo enfrentando temperaturas abaixo de zero. “As temperaturas baixaram para -2ºC e eu fiquei em pânico, porque a minha cadela nunca viu neve, nós estamos a viver em Portugal e lá não temos invernos tão rigorosos” disse na entrevista.

Também as redes sociais tiveram um papel importante no aumento da visibilidade do caso e mobilização da atenção pública. Durante o tempo em que Amalka esteve em fuga, Míša recebia milhares de mensagens de pessoas que a atualizavam sobre a localização da patuda.

Na terça-feira, 26 de novembro, o aeroporto Roissy-Charles de Gaulle chegou mesmo a fechar duas pistas de aterragem para tentar capturar Amalka, utilizando até um drone para localizá-la, sem sucesso. Foi apenas na manhã de quinta-feira que uma boa notícia surgiu. Após ser avistada nas proximidades, a patuda tinha sido finalmente localizada e capturada em Moussy le Neuf.

Na noite anterior, a cadela teria sido avistada, mas fugiu assustada por um caminhão. O alerta de avistamento foi dado por Mélanie, uma moradora local apaixonada por animais, que mantinha contacto com a tutora de Amalka desde o início. A moradora decidiu então pedir ajuda ao seu pai, Claude, para ajudar na captura.

Juntamente com Laurence, presidente da Capture Yala, Claude foi até Mauregard buscar uma jaula de captura. Quando regressaram, ao analisar qual seria o melhor sítio para colocar a armadilha, receberam a informação de um pedestre que a teria avistado já longe dali, em Villeneuve-sous-Dammartin.

Sem tempo a perder, deslocaram-se até ao local e, após alguns minutos, a dupla encontrou Amalka perto de uma praça. “Ela estava 30 metros à nossa frente. Pedimos às pessoas que se afastassem para não assustá-la” conta ao Le Parisien. Finalmente, com a ajuda de dois agentes locais, conseguiram cercá-la num espaço seguro onde a tutora a pudesse encontrar.

Ainda assustada, ao ver a dona, Amalka correu diretamente para os braços de Míša. O reencontro foi marcado por lágrimas e aplausos “Foi um momento mágico”, relatou Laurence.

 
 
 
 
 
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Devido ao tempo que andou perdida, a patuda perdeu algum peso, tendo já sido levada a um veterinário para avaliação. Posteriormente, Amalka irá para os Estados Unidos com a sua dona, desta vez sem correr riscos. “A cadela voltará com ela no avião e não no porão”, afirmou Claude. Esta é uma história que acaba em bem e brevemente, a patuda e a sua dona já estarão em casa sãs e salvas.

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