Um pouco por todo o país, há milhares de animais a precisarem de ajuda. As associações e protetores particulares auxiliam como podem, mas não há lares nem abrigos para todos – e, por isso mesmo, são muitos os que continuam na rua ou a viver em más condições, à espera que um dia a sorte lhes bata à porta e lhes traga uma casa. É o caso de quatro cães de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo. Todos eles sonham com lares de amor e conforto, muito mimo e barriguinha cheia – e Daniela Alex tem feito o que pode para isso aconteça.
Daniela é uma protetora da causa animal que vive em Matosinhos – distrito do Porto –, mas desloca-se frequentemente a Ponte da Barca para cuidar de animais de rua e regressa muitas vezes a casa com mais um nos braços. Em finais de novembro passado deparou-se com mais uma situação problemática: cinco cães a viverem em condições péssimas, num espaço frio e húmido e sem qualquer higiene. Sem falar na comida, muitas vezes já imprópria para consumo, que lhes era atirada, deixando um forte cheiro a azedo.
Perante isto, Daniela pediu ajuda a uma colega e, juntas, foram falar com as tutoras dos animais: duas idosas sem possibilidade de tratarem deles. Estavam gordinhos, mas cheios de sarna e num lugar insalubre. Juntas, conseguiram chegar a um acordo com a família dos patitas, tendo um sobrinho concordado em limpar o espaço – que ficou melhor, com os patudos a receberem caminhas e cobertores. Ainda assim, a situação não é a ideal.

Os três casos mais urgentes eram os de Flor, uma cadelinha com 11 anos e já cega, de Juliana, com quatro anos – em idade fértil – e não esterilizada, e Zeca, um pequenote então com oito meses e agora prestes a fazer um ano, que leva tareia dos outros dois machos: Paulo Roberto, com três anos, e Sassá, com oito. “Os dois mais velhos são amorosos com toda a gente, mas não gostam muito do Zeca”, explica Daniela à PiT.
Juliana já tem casa. Falta um lar para os restantes
Para grande alegria da protetora, o cenário já melhorou um pouco: Juliana conseguiu uma boa família e Flor foi acolhida temporariamente. A velhotinha, a quem a FAT chama de Tita, nunca teve tanto conforto – e apesar de cega, celebra a vida diariamente com uma grande alegria. Além disso, já está livre da sarna, o que é um alívio. Mas continua a precisar de um lar definitivo.

Também Zeca, Paulo Roberto e Sassá precisam de boas famílias que lhes ofereçam a comodidade, carinho e bons cuidados que nunca tiveram. Não sabem o que é um lar, nem imaginam que pode haver uma vida diferente e melhor do que aquela que têm.
O problema da sarna, e das muitas pulgas em todo o espaço, já está resolvido. No entanto, os três “rapazes” continuam a precisar de sair daquele espaço e terem um resto de vida digna. Com efeito, apesar das melhorias, a situação continua longe do desejável. “Preciso muito de ajuda para encontrar famílias de acolhimento temporário (FAT) ou definitivas também para eles”, apela a protetora à PiT.
“Fico de coração partido por o amoroso Zeca apanhar tareia dos outros dois. Também o Paulo Roberto e o Sassá são amorosos com toda a gente. Sei que é pedir muito, mas eles estão muito apegados um ao outro… se aparecesse uma família que decidisse adotar os dois, era um sonho”, diz Daniela, sem perder a esperança.
Enquanto isso, Daniela tem também artigos de venda solidária, na tentativa de angariar o dinheiro necessário para ajudar estes e outros animais de Ponte da Barca – para os quais criou uma página no Facebook, no sentido de sensibilizar para a situação animal nesta zona do país. Se tem um espacinho em casa e no seu coração, e se puder acolher algum deles, mesmo que seja apenas temporariamente, basta contactar a Daniela. Percorra a galeria para ver algumas fotos destes patudos tão meigos e carentes de amor – e apaixone-se.