A partida de um animal de companhia pode ser tão violenta quanto a perda de um familiar humano. Vários estudos e veterinários garantem que dizer adeus ao companheiro de quatro patas é um momento extremamente complicado para os tutores que nem sempre conseguem lidar bem com a dor. É aí que Hermínia Santos entra em ação.
Natural de Lisboa, é fundadora da Fluffy Pet, uma marca que já existe há dez anos, mas que tem sofrido evoluções ao longo do tempo. Começou apenas com o serviço de pet sitting, depois juntou o de educação canina e mais recentemente foi por um caminho distinto: o de terapias holísticas (por exemplo o reiki, uma das mais conhecidas).
Este ano, começou a apostar no de Doula Animal — o acompanhamento de um animal no final de vida. “Pensar na perda do nosso patudo é algo que, tendencialmente, nos dói e custa, pelo que tentamos não olhar ou falar”, começa por contar à PiT. “Mas essa é uma parte importante e algo que queremos trabalhar — a consciência da morte e a importância de fazer um luto consciente”.
O processo é feito com um “trabalho emocional e energético”, mas também com o tutor e outros patudos da família. O objetivo é “proporcionar um luto mais consciente e amparar neste momento que é tão difícil.”
Doula vem do grego e significa “mulher que serve”, tendo sido um termo muito usado na antiguidade. Como o nome explica, Hermínia “mergulha” na perspetiva da morte e através dos conhecimentos que tem sobre o tema, tenta descomplicá-la.
Embora viva atualmente em Viana do Castelo, o trabalho de terapia holística permite que também ajude famílias que estão em todo o País, garante. “Tenho trabalho muito à distância e o resultado tem sido positivo”, frisa. “Estamos a trabalhar com emoções e com a energia do ser, pelo que a distância não é impedimento”.
O serviço de Doula também não tem um período estipulado para decorrer. A portuguesa explica que deverá começar quando se sabe que “o patudo está doente e não tem cura ou a idade avança e o inevitável se aproxima”.
“O acompanhamento é muito personalizado e pode ser desde quase diário, a semanal ou quinzenal”, explica. “Depende muito da situação, do estado emocional do tutor e da situação do animal.”. Entre os outros serviços da Fluffy Pet, encontra-se o reiki e florais de Bach, disponíveis tanto para tutores quanto para animais. “Não podemos trabalhar o patudo, sem olhar para o humano e vice-versa”, defende.
“Sou uma alma animal em formato humano”
Quando era miúda, são vários os momentos que se recorda de ter partilhado com os animais, mas não consegue dizer como surgiu o amor que tem até hoje. “Digo sempre que sou uma alma animal em formato humano. Adoro a simplicidade e a forma pura como eles estão na vida e tento aprender diariamente com eles nesse sentido”, aponta à PiT.
Em 2023, fez uma auto publicação do seu primeiro livro, “Sussurros de Alma”, que surgiu precisamente da necessidade de mostrar como os humanos podem aprender com os animais. E tem a casa cheia deles — os cães Booky e Lobita, de 15 e 14 anos, respetivamente e os gatos Catraia e Anúbis, de cinco, Kooffa, de oito, e as mais novas, Pétala e a Jade.
Recentemente, despediu-se de Buda e, assim como os outros que perdeu ao longo dos anos, continua a lembrá-lo com amor. É isso que quer ajudar os tutores a fazerem através do serviço de Doula.
“É importante porque cada vez mais os animais são elementos da nossa família e amamo-los tanto ou mais do que a alguns parentes. Perdê-los dói e eles sentem isso”, afirma. “Os animais são seres maravilhosos que são capazes de se sacrificarem por nós e ficarem mais tempo neste plano, porque sabem que sofremos. Por sua vez, o tutor sofre com a incerteza de quando o seu patudo vai partir e entramos numa espiral.Ter consciência do processo e da sequência natural ajudará ambos”.
O serviço custa 111€. Pode entrar em contacto com Hermínia através do e-mail (fluffypet.geral@nullgmail.com), do contacto de Whatsapp (960 160 170) e das redes sociais, especialmente Instagram.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre a relação que Hermínia partilha com os animais.