O grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) já resgatou dezenas de animais, só este ano, de situações de risco. As respostas às denúncias sucedem-se, sem mãos a medir, tratando-se, na sua maioria, de cães e gatos maltratados pelos detentores. Agora, numa única operação, foram retirados 26 animais de uma casa na zona da Amadora – e pelo menos três deles tinham donos e vão regressar às suas verdadeiras casas.
“Situação: uma equipa do IRA deslocou-se ontem, pelas 11h00, ao município da Amadora, para avaliar uma situação de acumulação de animais. Ao abordar as proprietárias do domicílio, verificou-se um número de animais superior ao permitido por lei”, começa por explicar o grupo numa publicação feita no sábado, 3 de agosto, no Facebook e no Instagram.
Não se sabe se estamos perante um puro transtorno de acumulação de animais ou se estes teriam outros fins, como venda direta ou reprodução. O que se sabe é que estavam a viver em condições deploráveis. “Alguns desses animais, concretamente três canídeos, encontravam-se fechados num anexo sem condições de bem-estar, abeberamento ou alimentação, assim como sem arejamento/ventilação face às elevadas temperaturas que se fazem sentir. Noutra fração da habitação encontravam-se 11 canídeos e 12 felinos”, conta o IRA.
Eram, assim, 26 animais ao todo. Segundo o IRA, “seis eram crias, encontrando-se os progenitores no domicílio”. Havia também “dois animais a necessitar de cuidados veterinários urgentes, tendo ficado internados em hospital protocolado”.
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IRA apela ao acolhimento destes animais
O grupo refere ainda que 23 animais estavam indocumentados e sem vacinação antirrábica, mas que três deles tinham microchip “em nome de titulares que não residiam naquele domicílio”. Resta saber se eram animais perdidos que recolheram da rua sem intenção de os devolverem aos tutores ou se tinham sido propositadamente furtados – dos jardins das suas casas, por exemplo. O certo é que “os animais já microchipados serão restituídos aos respetivos detentores”, informou o IRA.
Segundo a publicação, havia igualmente “vários animais juvenis, provenientes de cruzamentos anteriores entre adultos presentes no local” e não havia qualquer “licenciamento para reprodução de animais de companhia”. Há também a possibilidade de outros dos animais recolhidos terem donos que não os tinham microchipado.
“Esteve presente a médica veterinária municipal e polícia municipal do respetivo município, uma patrulha da 60.ª esquadra – PSP Casal de São Brás e respetivo satélite do concelho da Amadora, assim como uma equipa de resgate e outra de apoio logístico do IRA”, sublinhou o grupo de resgate, acrescentando que “os animais serão todos avaliados clinicamente, castrados/esterilizados, microchipados, vacinados e encaminhados para adoção”.
Ainda assim, “as denunciadas poderão manter um máximo de quatro animais no domicílio, após regularização das condições do alojamento”, informa o IRA, apelando ao contacto por parte de quem queira candidatar-se a família de acolhimento temporário ou definitivo. No dia anterior, o IRA tinha já divulgado que se encontrava numa operação de fiscalização, ainda a decorrer mas já com a “hospitalização de dois animais em estado grave”. Percorra a galeria para ver as fotos de alguns dos animais resgatados.