Família

Levámos a nossa cadela a uma villa à beira mar no Algarve — ela não quis sair de lá

Uma repórter da PiT foi conhecer as villas pet friendly do NAU Salema Beach Village numa das praias mais bonitas do mundo.
Há trilhos por perto.

Foi entre chuva e sol que decidi despedir-me das viagens de verão. E, convenhamos, não há melhor lugar para fazê-lo do que no Algarve. Confesso que até este ano ainda não tinha visitado o destino de verão favorito dos portugueses, mas desde que fui pela primeira vez em fevereiro (e pela segunda, em julho), fui conquistada pelo tempo e pela cultura algarvias. Desta vez, não foi diferente.

O concelho de Vila do Bispo pode não ser o primeiro destino que vem à mente quando pensamos no sul do País, mas acredite: se quiser descansar e fugir da confusão, é o ideal. Lá, em 2016, nasceu o NAU Salema Beach Village, do grupo NAU Hotels. O refúgio de luxo conta com 114 villas, de dois e três quartos, dispostas ao longo de uma colina com uma decoração moderna, varandas e terraços enormes e fica a apenas cinco minutos da praia de Salema, que já foi classificada pelo jornal britânico “The Guardian” como a 15.ª Melhor Praia do Mundo — numa lista dos 50 melhores areais em todo o planeta.

Este ano, antes do verão arrancar oficialmente, a unidade adotou uma política pet friendly que não inclui só os cães e os gatos, mas sim qualquer outro animal, desde que os hóspedes tenham a confirmação prévia do espaço. Mas para não fugir muito do habitual, levei um cão. Ou melhor, uma cadela — a Aisha, uma Chow Chow de nove anos.

Partimos de Lisboa para Salema numa sexta-feira e durante as quase três horas e meia no carro, a Aisha fez a sesta para se preparar. Assim que chegámos, por volta da 21 horas, vivemos logo a primeira aventura: encontrar a villa. Depois do check-in, recebemos um mapa e direções de toda a unidade. Mas apesar de no papel parecer fácil, o NAU Salema Beach Village é um pequeno universo e perdemo-nos assim que conduzimos em direção ao nosso número.

Subimos e descemos algumas escadas até que decidimos (finalmente) fazer o óbvio: procurar as sinalizações. E não foi difícil encontrá-las. Em cada uma das “ruas”, é possível ver os números das villas disponíveis naquela direção. Quando percebemos que havíamos descido até ao início, voltámos a subir com o carro (numa colina tão íngreme que até celebrámos quando conseguimos chegar ao destino certo sem problemas). Mas calma, não é preciso pânico. A unidade oferece transporte gratuito pela vila durante toda a estadia, basta salvar o contacto da receção.

Depois de estacionarmos, fomos conhecer a nossa villa e tivemos uma surpresa agradável. A vivenda de dois andares é extremamente confortável, moderna e o que não faltam são espaços, tanto interiores quanto exteriores. E a Aisha também recebeu alguns mimos: uma cama, tigelas, um porta-sacos e uma carta escrita à mão a dar-lhe as boas vindas. 

Sentiu-se em casa.

O restaurante e as três piscinas

Na primeira noite, aproveitámos um jantar feito em casa na varanda com vista para o mar e lá ficamos até de madrugada com um tempo agradável. De manhã, porém, tudo mudou. Acordámos com um céu nublado que foi logo seguido por uma chuva forte e a Aisha não gostou nada. Afinal, é entre às 9 e as 10 que costuma ir fazer as necessidades e não adora molhar as patas. E já com quase uma década nas costas, é preciso cedermos às exigências deles.

Tomámos o pequeno almoço e esperámos até a chuva diminuir. No andar debaixo, onde ficam os dois quartos e o terraço também com vista mar, há um pequeno espaço com relva. Porém, não despertou qualquer interesse na Aisha. Além de não gostar de descer as escadas, não se sentiu atraída pela relva (provavelmente porque não sentiu que estivesse a passear a sério).

Quando tudo estava mais calmo, saímos a correr lá para fora e encontrámos o sítio ideal para a velhota de quatro patas. Mas não foi fácil. Além dos jardins em algumas villas, não há qualquer espaço verde nos arredores e para os animais mais exigentes, que não se aliviam nas relvas que temos no quintal de casa, os passeios podem ser um pouco mais complicados.

Depois de encontrar um pedaço de terra próximo das primeiras villas que a agradou, voltamos à nossa. E subir não foi fácil. Com a chuva a regressar, optámos por não pedir o transporte da unidade e aproveitámos para fazer exercício debaixo d’água. Já em casa, descansámos, e por volta das 13 horas o destino para o bar da piscina. Este, porém, é a única zona onde a circulação dos animais é proibida e a Aisha teve de ficar em casa (mas adorou). 

Aberto das 10 as 19 horas, começámos por provar a Pina Colada (8,70€) e confesso que foi uma das melhores que já bebi. Para o almoço, pedimos um Salema Burguer acompanhado com batatas rústicas fritas (14,50€),  uma pizza peperoni (13€) e um gin Algarve (11€), uma recomendação do bartender com laranjas do Algarve.

Optei por não mergulhar numa das piscinas após o almoço porque ainda estava a recuperar de uma constipação e o tempo não era o melhor. Mas há três disponíveis: uma para bebés, outra para miúdos e uma terceira para os adultos. Em vez disso, fui à praia de Salema e é mesmo uma das mais charmosas.

A 15.ª Melhor Praia do Mundo fica a cinco minutos

Antes de lá ir, fui buscar a Aisha para também aproveitar o sol que estava finalmente a despontar. Descemos a colina e em cinco minutos chegamos à praia de Salema. Fizemos um trilho numa das montanhas e depois, quando descemos, vimos algumas lojas, mercados e restaurantes que não escondem a forte ligação do concelho às artes da pesca. As propriedades são todas pintadas de branco e lá de cima, das villas, até parece uma Santorini portuguesa.

Andámos pela beira mar e tivemos (mais uma) surpresa. Embora no início da praia haja uma sinalética de proibição que deixa claro que os animais não são bem-vindos ali, mais à frente, na parte lateral, há uma segunda que permite a entrada dos patudos naquela zona. Portanto, não importa a altura do ano, eles também podem aproveitar uma das praias mais bonitas do mundo.

Depois de explorar a região e ter alguns encontros com vários gatos vadios (que, curiosamente, estavam todos a dormir numa paz profunda), decidimos voltar à villa. Desta vez, pedimos o transporte do hotel e em menos de dez minutos, uma viatura foi-nos buscar, deixando-nos mesmo à porta da nossa casa.

Pela tarde, recebemos uma visita especial: um gato vadio que decidiu descansar numa das espreguiçadeiras do nosso terraço. Bastante simpático, assim que me viu, deixou-me fazer-lhe festas e até recebeu alguns petiscos. Se até então a villa não fosse pet friendly, teria de se tornar só para ele.

Ele também aproveitou.

Despedimo-nos da visita de quatro patas e passámos o resto do dia a assistir filmes e a comer alguns snacks na sala de estar. Perto das 19 horas, aproveitámos o maior terraço da villa, mesmo em cima da propriedade para assistir o pôr-do-sol e beber um vinho — vários hóspedes fizeram o mesmo. Foi um dos momentos mais mágicos do fim de semana, a vista de 360 graus é mesmo incrível (dá para ver todas as villas e casas na colina).

Já com a temperatura a arrefecer, voltámos para dentro e preparamo-nos para cozinhar o jantar. Fomos novamente surpreendidas pela mesma visita — o gato — que, desta vez, entrou pela varanda da cozinha, no segundo andar, e rendeu-nos uma boa gargalhada. Ele lá ficou durante vários minutos antes de seguir com a vida. Aproveitámos para passar mais algum tempo na varanda com vista mar e na manhã seguinte, por volta do meio-dia, fizemos o check-out.

As villas de dois quartos recebem quatro adultos e um miúdo e as de três, até seis adultos. Os valores começam nos 153€ por noite, com os preços a variar consoante a época, a ocupação e a tipologia. Já para os animais, os responsáveis devem apresentar o boletim de vacinas atualizado, bem como deixar uma caução no valor de 100€ no momento do check-in. Já a diária, é de 15€ e os cães-guia estão livres de qualquer pagamento.

As reservas podem ser feitas online ou através do número de telefone 213 007 009.

De seguida, carregue na galeria para ver algumas fotografias da nossa aventura no NAU Salema Beach Village.

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