Há animais que partilham história de vida dolorosas. É o caso de Lótus e Lírio, dois manos resgatados de uma colónia pela Associação Midas, em Matosinhos. Inicialmente, iriam apenas ser esterilizados, para serem depois devolvidos ao mesmo local, no âmbito do projeto CED – Capturar, Esterilizar, Devolver. No entanto, estavam doentes e acabaram por ficar ao cuidado da associação. Agora, já recuperados, procuram uma família que tenha muito amor para lhes dar.
Os dois irmãos têm cerca de cinco anos e, além de terem sido castrados, as suas orelhas foram também amputadas devido ao carcinoma – isto porque, pelo facto de serem brancos, é muito perigoso apanharem sol, já que facilmente apanham queimaduras e podem desenvolver cancro nessa zona. Mas havia mais. “Iam ser devolvidos, mas… estavam doentes e ficámos com eles”, conta à PiT uma voluntária da associação, que tem atualmente cerca de 200 animais a seu cargo. “São dois gatinhos meigos e simpáticos que não tiveram muita sorte na vida. Têm vários chumbos no corpo, incluindo na cabeça”, descreve a protetora.
Com efeito, nos raio-X realizados, as cuidadoras ficaram a saber mais sobre o pesadelo que ambos passaram na rua. “Têm chumbos no corpo e na cabeça”, lamenta a associação. Além disso, são positivos ao vírus da imunodeficiência felina (FIV), também conhecido como SIDA dos gatos, que é transmitido sobretudo em lutas. Mas não é um bicho de sete cabeças e os gatos podem ter uma vida normal. Além do mais, como o Lótus e o Lírio são portadores, não há risco de contágio da doença, algo que poderia acontecer se um tivesse e o outro não – e se não se dessem bem e acabassem “à tareia”.
Lórus e Lírio não tiveram uma vida fácil
Os dois manos adoram-se e são inseparáveis. E também têm passado por todas as provações juntos. É que serem FIV+ foi só o começo. “Entretanto, veio a confirmação da peritonite infeciosa felina (PIF), que, graças aos vossos donativos, conseguimos tratar. Foram mais de 80 dias de tratamento, mas eles sobreviveram. Nós não desistimos e eles também não!”, conta a associação num post dedicado a Lótus e Lírio.
Agora, o que mais desejam é vê-los felizes no mesmo lar. “O caminho foi difícil e longo e queremos que sejam adotados juntos. E porquê? Porque as imagens falam por si”, referem os voluntários na mesma publicação, com alguns vídeos de imensa ternura entre os dois.
“Portanto, procuramos uma família sem preconceitos, responsável, e que queira dar uma nova vida a estes dois meninos incríveis. Uma família que esteja preparada para ter de dar e receber muito mimo, porque eles são uns melguinhas de mel (pensando bem, se calhar mais vale mudar-lhes o nome). Os interessados corajosos, despreconceituosos e responsáveis podem preencher a candidatura de adoção”, propõe a Midas, que há 27 anos que cumpre um compromisso diário com os animais que tem a seu cargo.
Desde 1998 a ajudar os animais
A associação foi fundada em 1998, como Movimento Internacional em Defesa dos Animais, e “inicialmente dedicava-se a ações de sensibilização e manifestações contra tudo o que provocasse sofrimento em animais, como por exemplo touradas, circos e testes em animais”, contou à PiT a sua presidente, Lígia Andrade. Mas isso não bastava e o caminho foi-se alargando. Hoje, a associação tem o seu abrigo de Custóias melhorado, à conta das obras recentes, onde acolhe dezenas de animais que esperam por famílias responsáveis e com abraços de amor.
Ajudar a que o cenário melhore é algo que está nas mãos de todos. Por isso, se quiser e puder ajudar esta associação, pode fazê-lo com os produtos de que a Midas mais precisa ou com apoio monetário por transferência para o IBAN (PT50 0035 0158 000 1140 5630 41) ou MBWay (916 559 343). Pode também apadrinhar um animal, tornar-se associado ou comprar a agenda solidária de 2026.
E se puder adotar os manos Lótus e Lírio, vai ver que não se arrepende. Estes dois potes de ternura vão tornar os seus dias muito mais bonitos. Percorra a galeria para os conhecer melhor.
