Família

Manjerico não vai resistir. Dono está a ganhar coragem para o mandar abater

O boi que outrora carregava o seu tutor pelas praias da Lourinhã não se levanta há quase uma semana. "Já não há nada a fazer".
Quando Manjerico ficou doente, perdeu o apetite e não se conseguia levantar.

“O Manjerico vai morrer, e eu vou a seguir”. Há uma semana que o boi mais mediático do País se deitou e nunca mais se conseguiu levantar. Desde que anunciou nas redes sociais que o animal estava doente, Mário Baltazar, 74 anos, tem dado todas as novidades, sentado ao lado de Manjerico, de onde se recusa a sair.

No dia 25 de outubro, o homem natural da Lourinhã, no distrito de Lisboa, anunciou o que ninguém estava à espera: “O Manjerico está muito doente”, escreveu no perfil do Facebook, que tem mais de 30 mil seguidores. O texto acompanhava uma fotografia do boi, com 1.170 quilos deitado. Mário acrescentou que o Manjerico estava com falta de apetite e mal se conseguia levantar.

“O veterinário, que já é uma pessoa experiente, diz que nunca viu nada assim e que isto está muito complicado”, conta agora à PiT.

O médico ainda pensou tratar-se de um problema nas articulações, mas as fezes com sangue davam pistas para outras teorias de Mário Baltazar: “Eu acho que foi envenenado”. O boi com sete anos foi imediatamente medicado, começando a levar injeções, mas Mário confessou que “já não havia nada a fazer”.

“Se as injeções o salvassem, já tinha comprado umas 50 ou 100”, diz.

O animal ainda deu alguns passeios pelo kartódromo do seu dono, mas não aguentou a recaída da passada sexta-feira, dia 28 de outubro. “Quando o encontrei de manhã, estava muito mal. Não se conseguia levantar e foi assim ao longo de todo o dia. Puxei-o para fora da sua casinha e nem se mexeu”.

Face a isto, Mário confessa que planeava abatê-lo esta segunda-feira, dia 31 de outubro, caso o Manjerico não melhorasse, de forma a acabar com o seu sofrimento: “Já falei com o veterinário, mas falta-me a coragem para o mandar abater”, admite à PiT.

Sem conseguir conter a emoção, o dono de Manjerico diz que não se consegue despedir já do seu companheiro com quem deu os melhores passeios pela Praia da Areia Branca: “Ele não está com dores. Está a levar as injeções, por isso não está em sofrimento. Mas pode vir a morrer entretanto, e assim eu não tenho que chamar o veterinário”.

Mário pode não saber quando será o momento de despedida, mas promete uma coisa: “Jurei a mim mesmo que, quando o Manjerico morresse, ninguém o ia comer. Se me deixarem, gostava de o enterrar no meu quintal, junto de mim”

Desde que o boi se deitou, que Mário já não saiu do seu lado: “Hoje passei uma hora a chorar ao lado dele, a falar com ele”.

Há muito tempo que Manjerico carrega a vida do seu tutor às costas, nomeadamente a sua mochila de oxigénio que mantém Mário vivo desde que foi diagnosticado com fibrose pulmonar há uns meses: “Acho que vou morrer juntamente com o Manjerico”.

Carregue na galeria para ver alguns dos momentos que vão ficar na memória dos portugueses do boi mais mediático de Portugal.

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