Carlos Reis define o seu projeto como um “one man show”. Chama-se Nerv — porque ele próprio se assume como “nervoso e ansioso” — e é o novo morning bar e café da Lapa. O espaço pet-friendly abriu na segunda-feira, 10 de março e apresenta-se com um conceito inovador para todos os que gostam de sair à noite, mas têm de trabalhar no dia seguinte.
A chegada dos 30 anos teve um impacto diferente em Carlos. O brasileiro, natural de Cascavel, pôs em perspetiva tudo o que tinha feito até então e o que queria para o futuro. Estudou publicidade, ainda no Brasil, mas quando há seis anos decidiu mudar-se para Portugal, encontrou-se profissionalmente. “Escolhi Lisboa pela facilidade de língua e porque queria viver uma aventura. Quando cá cheguei, comecei a trabalhar em cafés e a ganhar gosto pela área. Tirei cursos de barista e no ano passado despedi-me do meu emprego como gerente do Mila Café em Santos, para abrir um negócio próprio”, conta.
O ponto de partida para o seu projeto era o café, em homenagem às memórias de infância. Carlos viajava todos os anos para Minas Gerais para passar férias na quinta onde a família produzia café. “Foram anos de um género de workshop sobre a plantação dos grãos e o processo até chegar à bebida. Era incrível”, recorda.
Carlos sabia bem o que queria: uma “one barista coffee shop”. Era um conceito que já tinha conhecido nas viagens que tinha feito e que permitia uma gestão mais fácil do negócio. “Trata-se de um espaço muito pequeno, onde trabalhamos sobretudo com take-away e que uma única pessoa faz tudo. Gere, prepara os cafés, serve”, explica.
Encontrou o local que precisava, com capacidade para oito lugares na Lapa, onde mora. Para Carlos Reis era um local promissor e facilitava a logística de ter que enfrentar o trânsito caótico do centro de Lisboa. Ali prepara diferentes tipos de cafés com grãos que chegam diretamente da Fazenda Barreiro, em Minas Gerais e são torrados na Olissipo, em Alcântara.
Os grãos são moídos e usados para algumas das especialidades da casa como o capuccino (4,50€) e o V60 (4,50€). No menu encontram-se outras opções como o clássico espresso (1,50€), macchiato (3€) e o americano (3€). Para quem prefere bebidas com leite, estão disponíveis o latte (3,90€) e flat white (4€), além do iced latte (4€).
Embora a estrela da casa na Lapa seja o café, ali também servem chás (2,50€) e chocolates quentes (4,50€) para acompanhar com o bolo de banana caseiro (3,50€), um croissant (2,50€) ou uma cookie recheada com Nutella (3€).
Para os que querem começar o dia com outra “pujança”, podem sempre optar por um expresso martini (9,50€). “Adoro sair à noite, porém, como trabalho de manhã pode ser complicado. A opção foi criar um ambiente com músicas animadas para os que gostam de começar o dia a dançar, mas com cafeína”, refere. Carlos quis ainda dar o toque que faltava do clube noturna, com uma bola de espelhos que fica logo à entrada e se mistura com o resto da decoração mais industrial onde reinam os alumínios.
“Nos últimos anos viajei e visitei vários cafés à procura de inspiração. Na última visita a Copenhaga decidi mergulhar neste meio e foi aí que me inspirei para fazer esta decoração. Há quem diga que até pareça um hospital, por causa dos tabuleiros de alumínio, mas eu queria mesmo fugir das plantas e madeiras que agora se veem nos cafés”, explica. Em breve, Carlos Reis quer continuar a apostar nos cocktails e nos matchas. “Temos criado vários sabores com mirtilos, morango e menta, mas é uma vertente com potencial em quero investir”, conclui.
Carregue na galeria para conhecer o Nerv, que abriu na Lapa.