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Na nova Pink Dolphin, “a arte é acessível” a todos — até os patudos vão apreciar

Abriu na zona da Estrela, em Lisboa, a 1 de maio. Ali, há peças com preços para todas as carteiras, dos 3€ aos 3 mil euros.
Um espaço eclético.

“Gosto de coisas bonitas, mas um bocadinho estranhas.” É assim que Sofia Tillo descreve as peças criadas pela alemã Dear Anushka. A artista recolhe colchões abandonados na rua e, neles, pinta mensagens sentimentais que depois fotografa. Estas imagens são apenas uma parte daquilo que vai poder encontrar na Pink Dolphin, a nova loja lisboeta que abriu a 1 de maio.

O espaço foi criado por Sofia, que é formada em Ciências Políticas e Filosofia. Mais tarde apaixonou-se por Antropologia Social e Cultural. Cresceu no Porto, mas há cerca de 18 anos começou um périplo pelo mundo. Morou em cidades como Londres, Berlim, Nova Iorque e Maputo. “Quando comecei a imaginar como poderia ser a minha vida em Lisboa, percebi que poderia ser a cidade certa para me aventurar num projeto criativo a tempo inteiro. Tinha o sonho de construir qualquer coisa do zero e de trabalhar com pessoas mais criativas e talentosas do que eu“, conta.

Embora seja o primeiro espaço físico da empreendedora de 37 anos, não é o primeiro projeto de vendas que orienta. Em Londres, fundou e geriu uma agenda cultural online que tinha um mercado digital associado. “Era uma experiência de comércio contextual e criativo, com parceiros como a Amazon. Adoro o online, mas acho que passar do URL para o IRL [in real life] é ótimo”, confessa. A possibilidade de se relacionar diretamente com as pessoas é, para ela, um aspeto muito importante.

É uma grande fã de cor de rosa, daí o nome da loja. Quando viveu no Reino Unido descobriu que adorava o sentido de humor inglês e trocadilhos divertidos. Perto da sua casa havia um salão de cabeleireiro chamado Curl Up and Dye e pubs como o The Red Lion ou The White Horse. “A verdade é que sou péssima a dar nomes às coisas. Comecei a brincar a dizer que ia chamar à loja camarão moderno, carapau de corrida, blue whale e por aí. Às tantas disse Pink Dolphin e gostei”, recorda Sofia.

Ali, irá encontrar “arte acessível”, com peças a partir de 12€, e objetos especiais. Todos os artigos são feitos à mão e as edições limitadas, permitindo uma renovação constante da oferta. Livros de arte, velas feitas em França, esculturas e peças de cerâmica são outras das propostas, bem como muitas fotografias. “Damos uma volta ao mundo da criatividade”, resume. Sofia trabalha com artistas de todo o mundo, de Portugal à Turquia. O seu objetivo é, no fundo, ser um veículo comercial para diferentes talentos que se encontram espalhados pelo planeta.

A loja tem 70 metros quadrados e a decoração é, essencialmente, “uma colagem criativa”. “Pensei em tornar tudo o mais natural e orgânico possível, quase como se fosse a casa de um colecionador.” É um espaço “sem pretensão” e onde se encontra um pouco de tudo. “Amo arte contemporânea e tenho sorte de ter alguma em casa, mas também tenho postais emoldurados, coisas que encontrei na Feira da Ladra, uma lagosta de papel machê, ou uma coleção de saleiros”, revela.

A Pink Dolphin fica na Poiais de São Bento (na zona da Estrela), uma rua que, para Sofia, tem um grande potencial além de um “certo sentido de bairro e comunidade”, algo que a cativou assim que visitou o espaço.

Tal como há peças para todos os gostos, o mesmo se pode dizer quanto aos preços — variam entre os 3€ e os 3000€. Ali tanto pode entrar um cliente que acaba por comprar algo apenas por porque o fez sorrir, como alguém que esteja a pensar investir em peças únicas com potencial de valorização no mercado. E depois há sempre aqueles que gostam de animar os funcionários, mas nunca compram nada. É o caso dos de quatro patas. Sim, este espaço é pet friendly.

Da vasta oferta da Pink Dolphin, Sofia destaca as pinturas de Rita Leitão. Uma tela original custa cerca de 300€ e “tocam no coração”.

Carregue na galeria e fique a conhecer melhor esta nova loja eclética na capital.

 

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