Com uma planta circular com cerca de cinco metros de diâmetro, paredes formadas por pequenas pedras unidas e telhados de colmo, as típicas casas castrejas destacam-se pela sua arquitetura peculiar. A cultura castreja desenvolveu-se no século VI a.C, numa ampla zona do noroeste da Península Ibérica, entre os rios Douro e Návia e deu origem a um tipo muito peculiar de assentamentos, os chamados castros.
Estes povoados fortificados geralmente estavam situados em lugares estratégicos para facilitar a defesa de população. Como tinham de ter acesso fácil a alimentos e água, situavam-se habitualmente entre a zona de montes e prados e a de bosque e cultivos. Com o passar do tempo, muitas destas construções da Idade do Cobre e da Idade do Ferro acabaram por ser destruídas, mas ainda hoje podem ser encontradas no País, como no Alvão Village & Camping, em Vila Pouca de Aguiar.
Foi precisamente para manter viva esta cultura tão importante na história do País que a autarquia decidiu avançar com um empreendimento turístico inspirado nas casas típicas. “O projeto é uma obra municipal que surgiu para colmatar e ajudar a desenvolver um alojamento ligado à natureza, inspirada nos aldeamentos castrejos”, começa por contar Elisabete Rodrigues, gestora do Alvão Village & Camping.
Inserido no Parque Natural do Alvão, o empreendimento, que abriu ao público em 2015, foi construído num terreno onde não existia absolutamente nada. “Como era um sítio protegido, a autarquia queria criar algo totalmente diferente e não podia ser uma zona habitacional”, diz.
Ao parque de campismo pet friendly, juntou-se então a ideia de incluir estas construções peculiares. Ali tudo foi construído de raiz, à semelhança dos castros antigos: são casas redondas, graníticas, com telhados de colmo tipicamente redondos. “À frente têm um espaço que funciona como uma espécie de miradouro, que era o que utilizavam para se defender”, explica.
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“No reino maravilhoso de Miguel Torga e dos filhos transmontanos, entre os mundos paralelos da terra quente e da terra fria, no planalto encantado de Vila Pouca de Aguiar, encontra-se um espaço de aproximadamente 25 mil metros quadrados onde a natureza se revela a todos”, lê-se na apresentação do projeto.
Com um conceito original, a aldeia rural e temática, desenhada para “aqueles que amam viver em harmonia com a natureza”, integra 13 unidades de alojamento (11 de tipologia T1, um T2 e um T3). O maior de todos surgiu mais tarde e nasce da adaptação de dois espaços. Com capacidade para oito hóspedes, no interior encontra-se uma cozinha, sala, três quartos e duas casas. Todas elas têm, no exterior, uma mesa com bancos e um pátio murado. Quanto à decoração, a maior parte é feito por pessoas locais, até porque um dos principais objetivos do espaço é promover as gentes da terra.
Além das casas castrejas, a aldeia rural oferece a possibilidade de usufruir de uma adega típica tradicional, com esplanada para o verão e uma lareira tradicional para o inverno, onde é possível degustar produtos típicos e realizar refeições ligeiras. O espaço dispõe ainda de um restaurante com “as melhores iguarias gastronómicas que o coração de Trás-os-Montes pode oferecer”. Circundado de “uma natureza deslumbrante e única”, oferece todo o conforto e modernidade.
Outro destaque, principalmente nos meses de verão, é a zona de piscinas exteriores (uma para adultos e outra para crianças), bem como uma área de relva com espreguiçadeiras para descansar em plena natureza.
Entre as áreas comuns destacam-se ainda um mini-mercado, uma sala de estar com ténis de mesa, matraquilhos e jogos de tabuleiro, e sala de massagens. Tudo isto está espalhado pelos 20 mil metros quadrados de área, sendo que os restantes cinco são direcionados para o parque de campismo.
“Precisamente a pensar naqueles que gostam de viajar com a tenda às costas, nas suas caravanas e autocaravanas, disponibilizamos serviços para proporcionar todo o conforto”, referem. Toda esta zona está dotada de serviços como lavandaria, engomadoria, balneários e serviço de limpeza.
O Alvão Village & Camping é “um espaço de eleição para o lazer” e o ponto de partida perfeito para visitar o rico património histórico e cultural do concelho, referência do mundo romano. Tudo isto por um valor médio de 30€ por noite por casal, caso escolham ficar no parque de campismo.
Para os que preferirem reviver a época castreja e ficar hospedado nas casas típicas, os valores começam nos 49€ por noite (no T1), sendo que a estadia mínima é de duas noites. As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para conhecer melhor o parque de campismo.