Ana cresceu no meio de móveis e estofos. Bisavô, avô e até os pais, que se conheceram neste mundo, incutiram-lhe o gosto pela arte do restauro, embora tenha sido no marketing, na publicidade e na produção de eventos que tenha construído caminho. O que começou por ser uma brincadeira é hoje um negócio a sério. Foi em 2013 que Ana Bragado e a mãe, Emília (uma inspiração que ainda se hoje mantém no seu posto de comando), criaram os primeiro sofás para pets. “Uma cliente pediu-nos uma oferta inovadora, mas que fosse impactante, porque queria oferecer a uma cadelinha com muitos seguidores nas redes sociais”, recorda à PiT a empresária.
O primeiro exemplar foi aprovado pela exigente cliente de quatro patas. Ana e Emília decidiram replicar o sofá-cama para os seus dois gatos e para os patudos de amigos. “E assim, nesse mesmo ano de 2013, nasceu a Ohficina, que em 2017 marcaria presença com um stand de uma feira animal. “Foi um flop em termos de vendas”, reconhece divertida Ana Bragado, acrescentando, contudo, que o trabalho de mãe e filha “ganhou grande visibilidade”. “A partir daí começámos a receber encomendas, sobretudo para o segmento dos cães de porte gigante, para os quais não havia oferta no mercado, “nem em tamanho, nem em conforto”.
Resistência à prova de bala
Nove anos depois, a empresa, que trabalha num ateliê (já pequeno para o tamanho e variedade de tanto material…) da Colina do Sol, Amadora, tem cada vez mais clientes, atraídos pela estética, mas sobretudo pelo cuidado na confeção e a atenção ao pormenor. Ana não esconde o seu maior orgulho. “A questão da confeção é muito importante para nós. E muitas pessoas que chegam a nós pelo Facebook ou Instagram vêm ter connosco sempre com medo da resistência das camas. Temos casos de patudinhos que em três ou quatro anos destruíram cinco ou seis camas e, depois, quando experimentam as nossas, isso não acontece. Temos tido muito bons resultados e clientes que voltam cá para comprar uma segunda unidade para colocar noutra divisão da casa. Os cães adoram, dormem confortáveis. Isso sim, é o nosso maior orgulho”.
A pressa é inimiga da perfeição e Ana Bragado sabe-o bem. “Tenho consciência que fazemos menos camas do que seria expectável numa marca que se pretende fazer crescer”, admite. E explica porquê: “Uma cama demora muito tempo a produzir, pois só na fase inicial de corte estaremos a falar de 58 peças. Mas para responder à pergunta, cada cama demorará, entre cortar, montar e encher, cerca de três dias a fazer”. Contas feitas, um mês a todo o vapor, é possível fazer 20 a 25 sofás-cama, até porque “há processos que podem fazer-se de forma sequencial”.
O cliente escolhe tudo
E então vamos lá a preços. Quanto custam estes sofás indestrutíveis, onde os pets adoram dormir? “Depende muito da escolha do cliente, pois sendo totalmente personalizáveis, podem ter o tamanho que o cliente quiser, bem como integrar os tecidos a gosto”, explica à PiT a gerente da Ohficina.
O tamanho das camas, o preço variável dos tecidos e ainda extras como a personalização da cama com o nome do animal são variáveis que contam. Mas estamos a falar se camas cujo preço pode começar nos 40€ e acabar nos 200€. “Camas pequenas e em conjugações de tecidos lisos têm um preço mais reduzido, mas camas de 140×100 ou 150×100, onde cabem dois labradores, são mais caras. Mas o valor médio anda à volta dos 120 ou 140 euros”, explica.
Na Ohficina, porém, não há só sofás-cama para cães. “Os gatos também têm direito a miminhos, até porque a nossa inspiração veio de dois. Conhecemos bem a raça e em termos de materiais sabemos onde existe menor possibilidade de fazerem estragos com as unhas”. Mas há um ingrediente de que falta falar, e que Ana Bragado tem a certeza ser a razão do sucesso da sua marca: o amor. “Pomos amor em tudo o que fazemos e isso faz toda a diferença”.
Percorra a galeria e veja as várias possibilidades que tem.
