“Já vivi mil vidas”, explica Nilza Carvalho, enquanto recorda o caminho que a trouxe, em 2024, à abertura do segundo espaço Leve (também pet friendly) em Lisboa. Um percurso que começou com uma mudança para Angola, em 2008, e que só a pandemia interrompeu.
Fisioterapeuta de profissão, poderia dizer-se que este é mais um daqueles casos onde há uma rutura total com a antiga profissão profissional, mas a verdade é que foi precisamente o anterior trabalho que a levou à comida saudável — e eventualmente a negócio na capital que em dois anos vai já na sua segunda localização.
No início de junho, o espaço em Alfama abriu as portas, depois de em 2022 o Leve ter nascido no Largo Duque do Cadaval, no Rossio. Traz alguns dos bestsellers, um brunch e muitas novidades.
Tudo começou em Angola, onde Nilza seguiu uma carreira ligada à saúde, passando por farmacêuticas, onde acabou por lidar com “muitos pacientes” com “doenças neurológicas de sequelas de AVC”. “Tinham muitos maus hábitos alimentares e eu tentei sensibilizá-los. E percebi que esse era um nicho que podia agarrar”, conta.
As marmitas saudáveis foram o passo seguinte. “Teve uma aceitação incrível”, recorda sobre o negócio que até fez nascer inúmeros produtos, entre eles “bolachas patenteadas que estiveram em todas as grandes superfícies em Angola”. Perante o sucesso, acabou por vender o negócio. Em 2020, a pandemia mudou tudo.
“Já tínhamos mudado para Luanda, que era uma cidade mais agressiva. Depois veio a pandemia e decidimos em 2021 voltar a Portugal”, conta. Chegou com toda a família, o marido, engenheiro de profissão, e os filhos. Restava encontrar um novo projeto. “Estive muito tempo fora do mercado de trabalho. Acabei por saber que ia ficar vago um dos espaços no Largo do Duque de Cadaval e ficámos com ele.”
No espaço criou o Leve, que teria obrigatoriamente que ser uma cafetaria. Começaram a surgir os fins de semana de brunch e “as coisas evoluíram”. Hoje, é espaço onde o brunch se serve e se prova a qualquer hora. Ao fim de dois anos, sentiu que era altura de criar um local onde as coisas se façam com mais vagar, longe do frenesim do Rossio e da Baixa.
“Pareceu-nos ser o percurso natural das coisas, embora aqui o conceito vá ser um bocadinho diferente”, nota. O brunch mantém-se intocado e para a carta transitam também alguns dos best sellers como a salada Rossio e o wrap de frango, embora a carta vá contar com mais saladas e ainda mais tostas — produtos para provar “com mais tempo” em Alfama, sem a azáfama do Rossio.
O brunch continua a servir-se todos os dias e inclui iogurte com granola e mel, fruta fresca com sementes de chia, uma fatia de bolo, uma tosta — que pode trocar por ovos ou panquecas —, uma bebida quente e outra fria, entre sumo natural e limonada. Tem um custo de 18€ por pessoa, mais 3€ se optar pela clássica mimosa. Existe ainda uma versão vegan (19,5€).
Da cozinha saem tostas para todos os gostos, da de ricotta (8,9€) com presunto, ovo cozido e tomate confitado à de abacate (9,9€) com salmão fumado, ovo escalfado e pesto vermelho. Pode também provar os ovos Florentine (9,5€) com pão brioche, ovo escalfado, espinafres e hollandaise, entre várias opções de wraps e saladas.
Outra das diferenças relativamente ao primeiro Leve reside na decoração, num ambiente mais clean, com madeiras, plantas, vasos e lustres de juta. Para breve está a criação de um dia especial por semana onde irão combinar finger food e cocktails, numa happy hour que arranca às 16 e termina às 19 horas.
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