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O Melhor Hotel do Ano é dog friendly. E nasceu de um antigo convento do século XVII

O projeto de restauro do edifício, no coração de Lisboa, implicou com escavações arqueológicas em grande escala.
É o Melhor Hotel do Ano.

A estreia do grupo Locke em Portugal não podia ter corrido da melhor forma. Sem medo de desafios, conseguiram aproveitar as ruínas do antigo convento de Santa Joana, datado do século XVII, e construir aquele que foi o maior projeto da cadeia hoteleira até à data. Assim nasceu, a poucos passos da Avenida da Liberdade, em Lisboa, o Locke de Santa Joana. O espaço dog friendly abriu ao público em julho de 2024 e conquistou rapidamente o público — e os nossos leitores, que o elegeram como o Melhor Hotel do Ano na edição de 2025 dos Prémios NiT. 

A votação no projeto hoteleiro que mais se destacou nos últimos meses prolongou-se por duas semanas, no final das quais não houve margem para dúvidas: o hotel do grupo Locke foi o grande vencedor, com 23,85 por cento dos votos, numa categoria que contava com espaços como Maison Albar — Amoure, Viceroy at Ombria Algarve, Cénica Porto Hotel, Curio Collection by Hilton e Palacete Severo.

“É um reconhecimento fantástico depois do enorme trabalho feito para restaurar esta propriedade e dos esforços contínuos da equipa do hotel para garantir uma experiência perfeita para os hóspedes”, afirma o diretor do grupo, Edyn Alastair Thomann.

Os trabalhos começaram em 2019 e foi “um processo desafiante, mas gratificante”. Isto porque foi necessário realizar uma escavação arqueológica em grande escala e, ao mesmo tempo, restaurar o convento com sensibilidade e construir o hotel à sua volta. 

Desde o primeiro momento, trabalharam em estreita colaboração com a cidade para garantir que todos os elementos históricos importantes fossem totalmente preservados. Hoje, é possível ver muitos desses artefactos na área cultural do edifício.

“O design e a arquitetura da propriedade são únicos e testemunharam a restauração sensível de um convento do século XVII. Os estúdios de design Lázaro Rosa-Violán e Post Company colaboraram connosco para integrar cuidadosamente o antigo e o novo para reimaginar este importante local histórico”, sublinha.

O projeto foi “extremamente complexo”, mas o esforço valeu a pena. “Estamos incrivelmente orgulhosos esteticamente do espaço em si e do seu design atencioso, bem como o que trouxemos para a cidade e para os moradores, graças aos vários pontos de convívio”, realça. A equipa e o serviço prestado são outros dos fatores que “tornam a experiência do hóspede verdadeiramente especial”.

Depois da estreia em Portugal, o grupo, conhecido pelos seus aparthotéis que combinam design contemporâneo e um estilo de vida próprio, seguiu viagem até França, onde inaugurou também o seu primeiro projeto no país: o Le Jardin de Verre by Locke, em Paris. O objetivo agora é continuar a crescer no Reino Unido e na Europa, sendo que a próxima grande abertura vai acontecer já este ano, na Dinamarca.

A história do Locke de Santa Joana

Em tempos foi conhecido como o convento de Santa Joana, que pertenceu à Ordem dos Pregadores. Datado de 1699, no século XVII, tinha na sua origem uma igreja, casario e oficinas, mas passou por várias obras após o terramoto que devastou Lisboa, em 1755. O convento acabaria por ser extinto em 1890, após a morte da última religiosa, mas o edifício manteve-se a funcionar e recebeu a instalação do Arquivo da Fazenda Nacional e da Comissão dos Monumentos Nacionais. 

Volvidos quatro séculos, renasce como o primeiro hotel do grupo Locke em Lisboa. O grande destaque continua a ser o convento histórico, que se ergue no centro da propriedade. 

Com 370 unidades de alojamento, entre apartamentos, quartos de hotel, penthouses e suítes distribuídas por nove pisos, o Locke de Santa Joana é “incrivelmente especial”, com uma decoração inspirada na cidade.

Os quartos, desenhados pela Post Company, são lúdicos e combinam fragmentos arquitetónicos históricos com confortos contemporâneos em tons naturais e materiais tácteis. O grupo optou por privilegiar o uso de tecidos locais, cerâmica e acabamentos em pedra, todos “materiais essencialmente portugueses”. Nos meses de verão, um dos destaques do novo hotel é o incrível jardim e a piscina exterior, escondida no coração de Lisboa e rodeada de espreguiçadeiras.

A oferta gastronómica expande-se por múltiplos espaços, incluídos bares e restaurantes onde predominam os produtos frescos locais. Um deles é o Spiritland, que também conquistou a distinção de Melhor Café ou Bar na edição de 2025 dos Prémios NiT.

O Spiritland inspira-se sobretudo na cultura dos bares de música japoneses, onde “os álbuns são ouvidos na íntegra e com grande reverência”. O bar, que fica no piso −3 do hotel, dispõe de 50 lugares e a carta apresenta 14 cocktails de autor, que incluem influências tanto portuguesas como internacionais.

Os preços da estadia começam nos 200€ por noite e as reservas podem ser feitas online. 

Carregue na galeria para conhecer o Melhor Hotel do Ano.

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