Família

O refúgio com um lago artificial e uma casa na árvore onde o pet também é convidado

O Corvatos Casas do Monte é a concretização de um sonho antigo num terreno de 22 hectares em Almodôvar.
Fica em Almodôvar.

Um monte alentejano com 22 hectares em Almodôvar, antes repleto de arbustos e ruínas, transformou-se num empreendimento único graças à visão de Manuel Joaquim Silva, com mais de 70 anos. Reconhecendo o potencial do terreno, construiu um refúgio com três casas. Com uma localização ímpar, ladeada por uma barragem, o sonho inicial era abrir um turismo rural. No entanto, implementar essa ideia revelou-se um desafio maior do que o esperado.

Com a idade a pesar, gerir o negócio sozinho era complicado. Durante cerca de cinco anos, as casas permaneceram desocupadas. “Eu e a minha mulher tínhamos os nossos empregos e pouco tempo livre para o apoiar, mas percebemos que o local tinha condições para se tornar naquilo que sempre desejou”, conta o genro de Manuel, Pedro Carvalho, de 45 anos.

Com o passar do tempo, Pedro e a mulher concluíram que não podiam deixar de explorar “um espaço tão bonito, que transmite muita tranquilidade e com tanta fauna e flora”. Decidiu investir a sério no projeto, relegando alguns hobbies, como a pesca e os passeios de bicicleta, para segundo plano.

“Custava-me olhar para o meu sogro, com 70 e tal anos, e ver que aquilo que tinha investido e projetado não tinha avançado. Foi o pioneiro de tudo isto e nós decidimos ajudá-lo”, admite. Manuel encarregou-se da recuperação das ruínas existentes, construindo casas que mantêm a estética tradicional.

“Uma delas é em taipa, outra em pedra, sempre respeitando as linhas arquitetónicas alentejanas, mas com uma decoração mais contemporânea”, explica. Cada uma recebeu um nome distinto: a Casa do Quim, com capacidade para cinco pessoas, foi a primeira a ser construída e homenageia o sogro Joaquim; a Casa da Lala, para quatro hóspedes, faz referência à sogra Maria; e a Casa da Vinha, que acolhe três pessoas, tem vista para os vinhedos. “É uma vinha pequena, apenas para consumo próprio, uma pequena diversão que complementa a vida no monte”, acrescenta.

Ultrapassado o período de dificuldades iniciais, o sonho de Joaquim materializou-se em abril, com a inauguração do Corvatos Casas do Monte, o novo refúgio alentejano. As moradias são todas diferentes e independentes, com cozinha, sala de estar e alpendre. E lá, são todos bem-vindos — humanos e companheiros de quatro patas.

 
 
 
 
 
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Com 22 hectares, há muito por explorar no terreno. É provável que encontre pelo caminho os animais da propriedade, como ovelhas, porcos e galinhas. “Iniciámos também uma horta e tentamos que o empreendimento seja o mais ecológico possível. Os hóspedes podem apanhar ovos no galinheiro, e os produtos que oferecemos são cultivamos por nós.  É uma autêntica experiência do campo”, descreve Pedro.

“O objetivo é mesmo estar no campo, sentir um pouco como é o nosso dia a dia. Vivemos muito daquilo que cultivamos e é isso que pretendemos passar”, sublinha. O grande destaque do turismo rural é o lago artificial que nasceu na propriedade, que é também o refúgio favorito de quem fica hospedado.

“O terreno fica num vale no meio de duas encostas e temos um canal de água que vem de terrenos mais altos. Quando chove o curso traz bastante água que conseguimos captar, então decidimos criar um lago artificial e as casas ficam à volta do mesmo”, explica. 

Para Pedro, este é um sítio “muito especial”, especialmente pela cama que colocaram quase à beira da água. “Como é um espaço de grande tranquilidade, decidimos criar uma zona lounge, mais privada, onde se pode ouvir o canto dos pássaros e o coaxar das rãs”, destaca.

Nas áreas comuns, há ainda uma piscina de água salgada, cercada de espreguiçadeiras, e um espaço com matraquilhos. O alojamento disponibiliza bicicletas para que os hóspedes possam explorar o terreno à vontade. Outro atrativo é a fantástica casa na árvore, um “convite ao imaginário dos miúdos”. Embora não esteja disponível para estadias, é um lugar onde os mais novos podem brincar, pois conta com cama, mesa para pintura, livros e brinquedos.

 “A ideia partiu, mais uma vez, do avô babado que faz tudo pelos netos e assim foi criada outra diversão para os mais pequenos”, explica.

Os preços das estadias variam entre os 120€ e os 180€ por noite, e as reservas podem ser efetuadas online.

Carregue na galeria para ver mais imagens do novo refúgio no Alentejo.

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