Se o seu cão sempre admirou Milu, o cão de Tintim, e a forma como ajudava o seu dono a resolver os maiores mistérios d”As Aventuras de Tintim”, então está aqui a sua oportunidade para ser um verdadeiro detetive. O Escape Hunt, em Lisboa, faz os animais viajar para sítios nunca antes vistos e puxar pela cabeça para desvendar os mais surpreendentes enigmas.

Localizado na Rua dos Douradores, na Baixa, o espaço abriu em 2015. Desde então, que permite a presença de animais de estimação nas experiências: “A lógica sempre foi não proibir os amigos de quatro patas de virem com os seus donos”, explica à PiT Marta Pereira, project manager do Escape Hunt.

“Nunca publicitámos que éramos pet friendly, mas respondemos sempre que sim, quando os clientes nos perguntam se podem levar os animais”. E é com grande agrado que o fazem. Os “game masters” — funcionários que ficam a patrulhar o jogo e a ajudar os investigadores — adoram ver os “cães detetives”, como lhes chamam, a dar apoio aos seus donos nos enigmas.

“É uma alegria para nós. Eles estão ali basicamente como se estivessem em casa. Ficam a pedir atenção aos donos. Atenção essa que estão a dar aos desafios que têm que resolver. É muito engraçado ver essa gestão”, ri-se.

O Escape Hunt tem três salas de fuga. A preferida, e também mais recente, é “A Feira Popular”, em que o visitante percorre uma feira abandonada em busca “da réstia de esperança no ar”: o Coração da Feira. Será isso que os jogadores, incluindo os de quatro patas, terão de encontrar, em 60 minutos, para voltar a dar vida a todas as atrações.

Além da feira de atrações, os “sherlocães” também poderão viajar para dentro da cabeça do escritor português que encarnou mais de 70 pessoas diferentes. Há diversos mistérios por desvendar nas paixões de Fernando Pessoa, e não é necessário ser amante das suas obras para resolver os enigmas: “Temos todo o tipo de pessoas a adorar a experiência. Portugueses, estrangeiros, mais novos e mais velhos. Não é só focada na sua vida literária e tem vários mecanismos diferente, sendo que nenhum se repete”, descreve a project manager.

Os donos e os seus cães podem participar ainda numa Sociedade Secreta, cumprindo “os desígnios do Grão Mestre”, para demonstrarem as suas aptidões e tornarem-se membros.

Todas as escape rooms aceitam grupos entre dois e cinco jogadores, sendo que o preço varia entre os 55€ e os 80€, respetivamente. Já os animais, têm acesso livre. “Não há qualquer custo para os cães detetives. Só pedimos que nos informem previamente, para saber se estão habituados a estar fora de casa ou se têm algum problema ou receio”.

Marta Pereira diz nunca ter acontecido nada aos cães que participam dos jogos, “mas também não haveria problema se houvesse: “Nenhum dos nossos game masters se importaria de ficar com eles cá fora”, brinca.

Mal chegam ao local, os animais são recebidos com uma tigela de água, que é colocada no lounge e na sala de fuga. E, se os donos autorizarem, também têm direito a um miminho, que são os biscoitos do Escape Hunt.

Outra das experiências a que os cães também são bem-vindos é feita ao ar livre. Durante 90 minutos, os jogadores terão de passear pela Baixa de Lisboa, exibindo o nome de equipa, “Elite do Tempo”, e desafiando a H.E.L.A, a inteligência artificial que está a tentar tomar controlo da cidade.

Com um custo entre 35€ a 75€, dependendo se o grupo for de duas ou seis pessoas, os participantes farão um percurso de dois quilómetros, seguindo um tablet que lhes dirá onde terão de ir para ultrapassar os desafios.

Finalmente, o Escape Hunt tem jogos para toda a família. E, neste, nem precisa de sair do sofá. Pode planear um assalto, visitar o País das Maravilhas, desvendar um mistério, ou encarnar o Harry Potter, numa escola de magia.

Se anda com vontade de testar o raciocínio do seu animal de estimação, aproveite para ir ao Escape Hunt, que há dezenas de mistérios para resolver.