Família

“Quanto mais arranho, mais gosto de ti”. O estudo que prova que os gatos também amam

Não, eles não são só independentes. Também se sentem próximos dos seus tutores. Os móveis e os sofás é que sofrem, diz estudo.
Um miau a "fazer das suas".

Os gatos são muitas vezes vistos como animais sem ligação emocional aos tutores. Há quem diga que são interesseiros e que só querem é a paparoca a horas. E que, na verdade, são eles que mandam na casa.

Não confundamos, porém, um espírito mais independente com falta de capacidade para criarem vínculos e afeto. Dos ditos populares, o único que está certo é o de que são mesmo eles os reis “do pedaço”.

Uma equipa de psicólogos veterinários brasileiros levou a cabo um estudo, junto de 500 donos de gatos, sobre os laços emocionais com os seus felinos — isto para tentarem perceber de que forma a proximidade com os tutores influencia o comportamento destes animais.

As conclusões deste estudo, publicado em maio no “Journal of Veterinary Behavior”, são muito interessantes: os gatos que se sentem próximos dos seus humanos têm maior probabilidade de arranhar os móveis da casa.

Os investigadores constataram que os gatos avaliados no estudo que arranhavam móveis e sofás e que destruíam objetos eram os que estavam mais diretamente ligados aos seus donos, com um elevado grau de apego emocional.

Esta avaliação foi feita com base nas entrevistas feitas aos tutores dos felinos e a equipa de psicólogos veterinários concluiu que os cat parents simplesmente já esperam este tipo de comportamento por parte dos seus gatos, sendo por isso mais permissivos. Ou seja, não é que um gato estrague mais mobília quando se sente amado – o que acontece é que as suas famílias os deixam “ser gatos” em toda a sua essência, considerando que arranhar faz parte.

João Reis, médico do Hospital Alma Veterinária, também o vê como algo natural. “O que parece que este estudo demonstra é que os tutores com maior vínculo com os seus gatos são igualmente os tutores mais atentos e permissivos ao arranhar dos seus gatos no mobiliário. Como o próprio estudo diz, os tutores mais afastados não tomam atenção à personalidade e ações dos seus gatos”, diz à PiT.

“O arranhar dos gatos tem três objetivos: cuidar das unhas, estirar os músculos e localizar zonas de descanso. Por isso é que arranham preferencialmente os sofás, cadeiras e camas. Além disso, são objetos pesados e estáveis que permitem levar com o peso e tamanho dos gatos quando efetuam o ato de arranhar”, salienta o médico veterinário.

Para João Reis, este “é um ato perfeitamente natural e que deve ser permitido ao máximo aos gatos”. “Caso estejam a arranhar algo que não queremos em casa, devemos fornecer arranhadores grandes e estáveis e localizá-los perto das suas zonas de descanso”, aconselha.

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