Família

Oh! Ficina das Coisas Giras: a loja que mudou a vida dos pets na Amadora tem nova casa

Fica na Colina do Sol, e é a responsável pelas famosas - e indestrutíveis - camas para cães. Vêm aí novidades para o verão.
Ana e Emília trabalham juntas desde a fundação da empresa.

Se pudesse apagar o último mês da sua vida, Ana Bragado não hesitaria. A partida do gato Pascoal, aos 19 anos, foi um duro golpe. Inevitável, esperado, até pela idade avançada, e sereno, ao colo da tutora e ao som de Phill Collins. O sofrimento dos últimos meses já era muito e Ana sentia a tristeza de ver o seu pet a definhar. Afinal, ele tinha sido o início de tudo — a Oh! Ficina das Coisas Giras, uma marca portuguesa, familiar, nascida e criada na Colina do Sol, na Amadora, começou por brincadeira e Pascoal foi a inspiração.

“Aquela casota que ali está foi criada para o Pascoal, porque ele adorava tocas e tinha a mania de se esconder. A primeira cama que eu fiz foi para o Pascoal estar à janela. O primeiro sofá também foi para o Pascoal. O Pascoal foi sempre uma inspiração para nós”, conta, repetindo o nome do gato, emocionada.

A morte do animal, aliada a outras partidas familiares, transformaram maio num dos piores meses da vida de Ana. Vacilou. Na altura, foi-se abaixo, colocou tudo em causa. “Sim, não posso negar que desanimei. Mas quando o trabalho começou a atrasar, quando eu comecei a perceber que as pessoas estavam muito próximas de mim e preocupadas com o meu estado, por causa do Pascoal, e que gostavam do nosso trabalho, isso deu-me alento para me agarrar a tudo o que construímos e continuar em frente”, admite Ana, de 52 anos.

O gato já não está fisicamente em casa de Ana — resta Pixie, que está a aprender a habituar-se a viver sem o “mano mais velho” —, mas continua bem presente. “Ele vai estar sempre no nosso coração. E mesmo naqueles dias finais, em que se percebia que ele queria lutar mas já não tinha forças, eu percebi que não podia desistir deste sonho. Ele ensinou-me a lutar e que nunca se desiste”.

No meio deste processo, em que Ana, todos os dias, levava o gato à veterinária, a Oh! Ficina mudou de casa. Da garagem onde nasceu, numa praceta na Colina do Sol, para uma loja, a escassos 200 metros, numa praceta adjacente.

“Ainda nem tive tempo nem cabeça para colocar vinil nas montras, ou uma placa a indicar que estamos aqui. Foi tudo tão intenso que não deu para mais nada. Apenas para retomar o trabalho, e começar, de forma entusiasta a pensar em novas coisas”, conta esta antiga profissional do marketing, da publicidade e da produção de eventos.

“Sem a minha mãe, não havia coisas giras”

A empresa familiar nasceu em 2013. Ana tem ao seu lado a mãe, Emília, 72 anos, que continua a ser as mãos de fada, com a arte e o engenho para fazer os sofás, as camas de todos os tamanhos para cães e gatos, que fizeram da marca uma referência nos produtos pet. “Sem ela, eu não seria ninguém. Não havia coisas giras”, diz, com ar ternurento para a mãe, sentada em frente à máquina de costura.

“A questão da confeção é muito importante para nós. E muitas pessoas que chegam a nós pelo Facebook ou Instagram vêm ter connosco, sempre com medo da resistência das camas. Temos casos de patudinhos que em três ou quatro anos destruíram cinco ou seis camas e, depois, quando experimentam as nossas, isso não acontece. Temos tido muito bons resultados e clientes que voltam cá para comprar uma segunda unidade para colocar noutra divisão da casa. Os cães adoram, dormem confortáveis. Isso sim, é o nosso maior orgulho”, conta a empresária.

A presença em feiras e festas do animal, como a Lisboa PiT Party, que decorreu em outubro em Lisboa, organizada pela PiT, vieram amplificar o negócio e dar-lhe outra visibilidade. Até porque são os tutores que podem personalizar os materiais e as dimensões das camas.

Se querem um só tecido, se querem dois tecidos, que padrões preferem, que conjugações mais gostam, para quantos cães são as camas. “Temos camas para dois labradores, para três dogues alemães, ou simplesmente umas mais pequenas para cães de pequeno porte. É óbvio que os preços variam consoantes os materiais, os padrões e as dimensões. Mas os valores podem começar nos 45€ e chegar aos 250€”, afirma.

“Ana acrescenta: Ainda na área dos pets, queremos fazer camas para os automóveis, para que os animais possam ir em segurança e sem deixar pelo nos bancos de trás”.

Ana antecipa novidades que aí vêm. “Há muito tempo que eu tinha em mente alargarmos o espetro das nossas ‘coisas giras’, porque no fundo, o nome dá para tudo. Por isso, vamos lançar uma coleção agora para o verão, para a praia, e outras peças para as pessoas, porque a criatividade da minha mãe é inesgotável”, brinca a empresária, que quer aproveitar a brincadeira do nome para criar segmentos diferenciados: Oh! My pets, “Oh! My Home” e tudo o que a imaginação permitir.

Emília ri-se e emenda. “Não se trata da minha criatividade, trata-se de que muitas das coisas que nós fazemos são em resposta a desafios que os próprios clientes nos lançam”.

Carregue na galeria para conhecer Ana e Emília em ação e as famosas coisas giras feitas na Amadora.

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